PHOTOBOOK CLUB no PORTO

PHOTOBOOK CLUB no PORTO
Tudo começou assim…

PHOTOBOOK CLUB no PORTO

Car@s amig@s:

Vem esta publicação a propósito da realização do Photobook Club no Porto, à volta do meu fotolivro “Norwegian Sky 9”. A nova data anunciada em evento do Facebook é 8 de julho de 2021, às 21.30 [PBC Porto com Arlindo Pinto e o livro Norwegian Sky 9 | Facebook] Para o caso de não estarem nesta rede social deixo a ligação para o Google Meet, que consta (abreviada) no evento: Meet – hrg-hbrz-eyz (google.com). Vejam o evento, se puderem. A foto da capa do evento não é do livro é do PBC Porto.

Se não resultar existe uma outra que poderão tentar: Meet – hrg-hbrz-eyz (google.com)

Sim, são aparentemente iguais… Há um mundo de possibilidades!

Se nenhuma resultar, ligam-me um dia destes e eu conto-vos como foi.

O segundo propósito é a de vos dar conta, da realização da Feira Gráfica. O Atelier Pop-Up [Atelier Pop-Up | Facebook] vai lá estar nos dias 10 e 11 [eu estarei lá no dia 11]. Podem visitar-nos entre as 11h e as 19h, salvo orientações diversas da DGS. Aqueles que queiram podem levantar nesse dia os exemplares do “Breve Inventário do Agora” que lhe estão destinados. Também podem adquirir exemplares de fotolivros dos autores associados ao Atelier Pop-Up e/ou editados pela Huggybooks.

A feira é ao ar livre. FREEEEEDOOOOMM!

Cuidem-se e apareçam.

Grande abraço de gratidão a tod@s vós.

Alguns dos melhores lugares para fotografar em Madrid

Gran Via Madrid
Gran Via

Photo by Dimitry B. | CC BY 2.0

Com pouco mais de 3 milhões de habitantes, Madrid é a cidade onde o entretenimento, a arte, a arquitetura e a cultura se encontram. Esse conjunto de fatores da capital espanhola fazem de Madrid um destino imperdível para visitar e para tirar ótimas fotografias.

Entre os lugares para conseguir as melhores fotografias em Madrid, há alguns especiais, como a Puerta del Sol, a Plaza Mayor, o Mercado de San Miguel, o Templo de Debod, a Gran Via, o Casino de Madrid e o Palácio Real.

Puerta del Sol

A Puerta del Sol está no centro da cidade e é um dos sítios mais visitados em Madrid. Cheia de turistas, artistas e residentes, quase todos aproveitam as belas cenas para explorar a arte da fotografia.

Urso e Medronheiro Madrid
Urso e Medronheiro

Photo by CARLOS TEIXIDOR CADENAS | CC BY-SA 4.0

Além do Quilómetro Zero, na Puerta del Sol está situada a estátua do Urso e do Medronheiro, um símbolo cultural da cidade. Esta estátua foi inaugurada em 1967 e trata-se de uma obra do escultor Antonio Navarro Santafé.

Plaza Mayor e Mercado de San Miguel

Grande praça com o toque clássico espanhol, a Plaza Mayor foi construída no século XVI e reúne vários pontos turísticos ideais para fotografar, como a Estátua de Felipe III, a Casa da Padaria e o Arco de Cuteleiros.

Ao virar da esquina da Plaza Mayor, no coração de Madrid, os turistas encontram o Mercado de San Miguel, um sítio perfeito para tirar fotografias e comer bem, já que é um dos principais mercados gastronómicos do mundo. Com mais de 100 anos, este espaço foi revitalizado em 2009 e é o único mercado em Madrid com estrutura de ferro.

Mercado de San Miguel Madrid
Mercado de San Miguel

 Photo by Carlos Delgado | CC BY-SA 3.0

Aqui há cerca de 30 bancas, a maioria delas com um conceito gourmet, onde o turista pode degustar diferentes tipos de queijos, cervejas, frutos do mar, sumos, vinhos e as famosos tapas espanholas.

Templo de Debod

Originário do antigo Egito e com 2.200 anos de história, o Templo de Debod foi um presente do Egito para a Espanha, pela sua colaboração no salvamento dos templos de Núbia. O Tempo de Debod chegou a Madrid em 1968, mas foi inaugurado ao público em 1972, após passar por algumas reformas.

Templo de Debod Madrid
Templo de Debod

Photo by Rodrigo Gianesi | CC BY 2.0 | 

Observar o pôr do sol no Templo de Debod e ver os seus reflexos espelhados na água é uma excelente dica para o fotografar. Além disso, o sítio está rodeado por um jardim, onde muitos turistas aproveitam para fazer piqueniques.

Gran Via

A Gran Via é uma das avenidas mais simbólicas de Madrid e mostra a cidade da melhor maneira possível aos turistas, com teatros, lojas para todos os gostos, clubes de comédia, restaurantes, cinemas, entre outras opções.

Gran Via Madrid
Gran Via

Photo by Carlos Ramón Bonilla | CC BY-SA 3.0

É importante destacar que a Gran Via é considerada uma obra muito importante em Espanha. Projetada pelos arquitetos Francisco Octavio Palacios e José López Salaberry, foi construída entre 1910 e 1929.

Casino de Madrid

Os casinos estão na cultura da sociedade há diversos séculos e a sua importância não diminuiu ao longo de todo esse tempo. Inaugurado em 1836, o Casino de Madrid é um dos mais belos do mundo para tirar fotografias, e foi declarado Bem de Interesse Cultural em 1993.

Casino de Madrid
Casino de Madrid

Photo by Gary Bembridge | CC BY 2.0

Além da sua arquitetura exuberante, a decoração possui formas geométricas, cristais azuis e amarelos, espelhos que refletem a luz, lâmpadas do tipo aranha, grandes colunas, assim como mesas e cadeiras com um toque clássico. O Casino de Madrid também oferece um amplo espaço para grandes eventos, além de contar com um restaurante no terraço, que proporciona uma das melhores vistas de Madrid.

Palácio Real

Com 3418 quartos e 135.000 m² em área construída, o Palácio Real de Madrid é um dos maiores da Europa (e a sua grande fachada dá origem a ótimas fotografias). Durante uma visita pelas salas e salões do Palácio Real, os turistas podem observar uma das mais importantes coleções de arte e de objetos do mundo.

Palácio Real Madrid
Palácio Real

 Photo by Jean-Pierre Dalbéra | CC BY 2.0

O Palácio Real alberga também a segunda coleção de tapetes mais importante do mundo, móveis com decoração original dos séculos XVIII e XIX, esculturas, instrumentos musicais, além de pinturas de grandes artistas, como Caravaggio, Goya, Velázquez, Federico Madrazo e Sorolla.

norwegian sky 9 pré-venda

norwegian sky 9 pré-venda

Desde 31 de maio que não vos dava noticias. Não gosto de ser muito intrusivo nas vidas enredadas que todos vivemos. Mas, feitas as contas já lá vão 5 meses e como que sinto assim uma legitimidade para escrever e levar até vós noticia desta escrita.
Há várias razões
sobre as quais podia aqui arengar. Mas não!

Photographs of British algae. Cyanotype impressions. Quero apenas recordar que hoje é o dia do fotolivro. Celebra-se a publicação em 14 outubro de 1843 (segundo inscrição feita no livro existente na Biblioteca do Museu Britânico) daquele que é considerado o primeiros dos fotolivros: o 1º volume das Photographs of British Algae: Cyanotype Impressions, de Anna Atkins. Não era a fotografia tal como a conhecemos hoje em dia, mas eram sim imagens produzidas através dum processo que é usado ainda hoje e designado por cianotipia (Google it).

Uma vez que é o dia mundial do fotolivro aproveito o mote e deixo aqui a noticia (já conhecida por alguns, que hoje em dia não há segredos e no caso nem convém) de que, se tudo correr como planeado, depois de ter publicado em dezembro de 2018 o livro-objeto “Na Luz Encontro Abrigo”, em novembro próximo publicarei um fotolivro que dá pelo título de “norwegian sky 9”. Sobre as suas imagens escreve Fernando Sobral (jornalista e escritor) que prefacia o livro: Em “Nowergian Sky 9” Arlindo Pinto olha para o mundo de forma particular. As imagens que aqui mostra são as de um nómada que percorre os labirintos onde se perde a sociedade actual. Nelas encontramos memórias várias, ecos do passado, sinais de um presente incómodo, pistas para se vislumbrar o futuro. Podemos ver mais claramente através das suas fotografias, que buscam o pormenor, a vitalidade das ruas, das pessoas, das habitações, dos locais públicos, onde todos se cruzam e muitas vezes ninguém tem tempo para ver. […] Mas, no meio da vertigem urbana há, sobretudo, o olhar sobre o contraponto entre as ruínas urbanas e os símbolos da natureza, como as flores, que não se rendem ao silêncio e à solidão das cidades.”
NOVO livro de Arlindo Pinto

O livro encerra alguns mistérios que o leitor é convidado a deslindar ativamente, convidando-o a fazer parte desta séria aventura que é a fotografia e como a lemos e ela nos lê. A seu seu tempo dar-vos-ei conta da sua apresentação ao público.
Por ora quero apenas dizer-vos que o livro se encontra em pré-venda até 31 de outubro, a um preço que permita cobrir os seus elevados custos de produção. Felizmente para mim, infelizmente para outros menos atentos, os exemplares de colecionador estão já esgotados. Os colecionadores são assim: não perdem tempo. Os que não colecionam, mas se interessam pela fotografia e pelo fotolivro, têm até 31 de outubro para a um preço mais simpático poderem fazer a sua aquisição enviando e-mail para livros@susanapaiva.com. Oferecer livros (a n
ós próprios ou a terceiros) é oferecer cultura, dizia alguém com muita propriedade. Creio ser o fotolivro mais apurado que publiquei até hoje, graças a todos aqueles que desinteressadamente e com todo o seu saber, se predispuseram a dar o seu contributo para que o livro venha a ser algo de que todos nos orgulhemos. 

Até breve.

Deixo-vos alguns dados da ficha técnica:

PHOTOGRAPHIC PROJECT
Arlindo Pinto
PROJECT EDITORS
Arlindo Pinto
Susana Paiva
GRAPHIC DESIGN
Nuno Moreira, NM DESIGN
TEXTS
Fernando Sobral
Arlindo Pinto
TRANSLATION
Magda Fernandes
ACKNOWLEDGMENTS
Carmen Rivero for her availability and advice
Fernando Sobral for the foreword text
João Vasco for letting me be his travel mate and friend
Magda Fernandes for her availability and hard work
Mimi for her endless love and support
Nuno Moreira for his patience and understanding
Susana Paiva for her wisdom, support, advice, and complicity

Território e Identidade

Território e Identidade

Decorre até 29 de junho a exposição “Aproximar-nos do Caos” na ACERT Tondela. Disso mesmo vos dei conta em publicação anterior, aqui no blogue. E espera por vós e por todos aqueles a quem possais dar nota da mesma. No centro da discussão estão questão ligadas ao território e à identidade, individual e social.

Aproximar-nos do caos | Exposição fotografia é fruto de um trabalho coletivo coordenado pela fotógrafa Susana Paiva, com a cumplicidade da EIFE Escola Informal de Fotografia do Espectáculo e da ACERT Tondela que acolhe a exposição e desenvolve um trabalho pluridisciplinar notável, em termos das áreas artísticas.

No âmbito da exposição tive o privilégio e a enorme responsabilidade de fazer a curadoria dos trabalhos dos autores Ana Botelho, Ana João Romana, João Vasco, e Paula Roush.

Pessoalmente a curadoria representou uma oportunidade de pesquisa e reflexão sobre a obra global dos autores, sobre estas suas obras em particular e a possibilidade, de consistentemente, abordar questões que me interessam do ponto de vista da prática fotográfica atual: se a mesma faz sentido, que sentido é esse e se a minha própria prática é coerente com tudo isso.

Por tudo isso, esta prática curatorial, ainda que incipiente, constituiu para mim uma oportunidade de crescimento enquanto autor e deixou-me na boca o sabor a um doce desejo de mais.

Para os interessados fica aqui a ligação para descarga do catálogo da exposição; uma publicação virtual de 30 páginas, resultado de um enorme desafio e da vontade, criatividade, paixão e resiliência de todos quantos participam nesta disrupção. Emprego o verbo no presente não só porque a exposição está patente até 29 de junho, num espaço fabuloso, como acredito irá estar em tempos próximos noutros locais do país, onde as artes visuais também têm lugar.

Pode ser perto de si.
Aceitem um abraço.

Arlindo Pinto Fotografia de Autor

Arlindo Pinto Fotografia de Autor

ARLINDO PINTO | PHOTOGRAPHER

  • noun “One who makes pictures by means of photography”

Arlindo Pinto (b. 1962) based in Lisbon, born elsewhere, is a fine art photographer. He addresses topics such as, place, memory, past, identity and body issues. He presents his work manly in photobooks and photozines.

His approach to photography is multifaceted in its visual and material possibilities, refusing undeviating aesthetic codes.

Photography is a tool for self-knowledge and a way for him to connect with his inner self and with mankind, in order to promote greater self-awareness and acceptance.

ARLINDO PINTO | HOW

  • noun “a way or manner of doing something”

Arlindo Pinto bought his first camera in 2003. Since 2014, he has published fourteen photobooks and photozines. Visit the Shop to find out the available titles. You can also purchase any photographs. Drop us a line.

Photography is not a professional activity for the author. The sale of his publications and photographs aims to recover the investment made in the projects he produces, so he can keep things in balance.

Short or long, we are grateful for your visit. Check back often. We like your company.

As Cidades o Homem

As Cidades o Homem

Chegados quase ao fim do mês de Maria venho aqui dar-vos nota de que o meu próximo trabalho fotográfico, tendo como pano de fundo AS CIDADES O HOMEM, tem especial enfoque nas problemáticas da condição existencial pós-moderna, caraterizada pelo primado do consumo e do homo consumens, produto do capitalismo tardio ou neocapitalismo. Consumo que se identifica com o poder e a felicidade, e sustenta a autoridade da mercadoria como elemento de dominação da sociedade, num mundo movido pelas aparências e pela voracidade permanente de factos, notícias e produtos.
O projeto é, como sempre, uma reflexão sobre questões que me preocupam e sobre as quais pretendo comunicar alguma coisa, tomar posição.
É um trabalho de apropriação, sobre cujas imagens estão neste momento em edição. Provisoriamente tem por titulo EVERYTHING IS NOT. Uma das imagens da série fica aqui como antecipação.
As Cidades o Homem O projeto será apresentado sob a forma de “work in progress” apenas a convidados (darei noticia antes) no próximo mês de junho, uma vez que a sua apresentação formal apenas terá lugar no dia 30 de Outubro, entre as 16h30 e as 19h30, nas instalações do Palácio Pancas Palha, em Lisboa.

Entretanto, os projetos de 2015 que foram editados em fotozine, ZEMRUDE, SPACE3 e AUSÊNCIAS, depois de esgotado o stock inicial, estão de volta com a possibilidade de fazerem o download gratuito de uma fotografia de cada uma das séries. No caso de estarem interessados em alguma das zines/fotos cliquem AQUI, sff. A aquisição das zines ajuda-me a financiar novos projetos. Fica aqui um profundo agradecimento a todos os que têm adquirido exemplares das ditas.
Saudações fotográficas.

Processos Fotográficos Alternativos

Processos Fotográficos Alternativos

Novembro é o Mês da Fotografia, na cidade do Barreiro.  Entre as atividades que o evento envolve, estão exposições, palestras, oficinas, mostras, concurso de fotografia, maratona fotográfica, etc.
No próximo dia 29, domingo, pelas 15.30 terá lugar uma masterclass sobre processos fotográficos alternativos. Esta masterclass terá a participação da Magda Fernandes e José Domingos, com o projeto de fotografia estoneipa, TOSCA (Uma câmara estenopeica ou câmara pinhole é uma máquina fotográfica sem lente), de mim próprio com o projeto “Take My Body” e do João Miguel Batista com o projeto Polaroid “De olhos bem fechados (uma palavra)” (Polaroid (marca registrada da Polaroid Corporation) é o nome de um tipo de plástico que serve para polarizar a luz, patenteado originalmente em 1929).
Estarei por lá, convido-vos a consultar o programa do evento aqui, e se vos aprouver a assistirem à masterclass. O vosso apoio é fundamental para os autores.
Irei falar do projeto “Take My Body” e das ferramentas utilizadas na sua construção: um digitalizador (periférico de entrada responsável por digitalizar imagens, fotos e textos impressos para o computador, um processo inverso ao da impressora).
Na mesma masterclass reunir-se-ão processos com história feita e assente e outros que a era digital veio abrir portas: desde a película fotográfica e do estenopo ao conhecido “scanner”, passando pelo plástico que serve para polarizar a luz, disto se falará e das possibilidades que estes processos fotográficos alternativos oferecem aos autores que os colocam ao serviço da sua criatividade.
Até lá!

Masterclass Processos Fotográficos Alternativos

Território e Imaginação

Território e Imaginação

Desde julho que não vos dava notícias sobre a fotografia que vou fazendo. Por isso aqui estou.

2015 foi para mim, que não faço fotografia a tempo inteiro, o ano do espaço, do território e dos lugares e não-lugares. Melhor, território e imaginação. A matéria foi uma das vertentes de estudo do curso deste ano da Escola Informal de Fotografia-EIF. Suspeito que 2016 não será substancialmente diferente.

Quando falamos de espaço e/ou território pode, cada uma de nós, estar a referir-se a realidades bem distintas. Não vos quero apoquentar com assuntos que porventura não vos interessem (mas são livres de passar à frente), mas tenho que dizer-vos que quando se parte para um trabalho fotográfico de autor há que suportá-lo num conceito, uma forma de ver e dar a ver, entre outras coisas. A construção do conceito, partindo da ideia inicial, determina a pesquisa e estudo a realizar antes da execução do trabalho.

Numa fase embrionária fui compilando textos, cuja leitura depois fui aprofundando em função dos meus interesses na preparação do(s) discurso(s) fotográfico(s) a que me propus.

Estes foram alguns pontos de partida para o Território e Imaginação:

  • “O espaço é a acumulação desigual dos tempos.” MILTON SANTOS, 1988.
  • “O território é o chão e mais a população, isto é uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre as quais ele influí. Quando se fala em território deve-se, pois, desde logo, entender que está falando em território usado, utilizado por uma população.” MILTON SANTOS, 2003.
  • “De acordo com RAFFESTIN (1993), o território é uma construção conceitual a partir da noção de espaço. Com isso esse autor pretende fazer uma distinção entre algo já “dado”, o espaço – na condição de matéria prima natural e um produto resultante da moldagem pela ação social dessa base – e o território – um construto, passível de “uma formalização e/ou quantificação”. Assim, “a produção de um espaço, o terrritório nacional, espaço físico, balizado, modificado, transformado pelas redes, circuitos e fluxos que aí se instalam: rodovias, canais, estradas de ferro, circuitos comerciais e bancários, auto-estradas, e rotas aéreas, etc.”, (LEFEBVRE, 1978, p. 259 apud RAFFESTIN, 1993, p. 143), por exemplo, se constitui em um complexo jurídico-sócio-econômico, modelado em uma multiplicidade de paisagens, exibindo feições características. O território é, assim, a base física de sustentação locacional e ecológica, juridicamente institucionalizado do Estado Nacional. Contém os objetos espaciais, naturais e/ou construídos, na condição de instrumentos exossomáticos, para (re)produção de uma identidade étnico-sócio-cultural.” CARLOS SANTOS in REVISTA ZONA DE IMPACTO. ISSN 1982-9108, VOL. 13, Setembro/Dezembro, ANO 11, 2009.
  • “…do território não escapa nada, todas as pessoas estão nele, todas as empresas, não importa o tamanho, estão nele, todas as instituições também, então o território é um lugar privilegiado para interpretar o país.” MILTON SANTOS, 1998.
  • “Para Soja (1971, p. 19), no âmbito da conotação política da organização do espaço pelo homem, a territorialidade pode ser vista como “um fenômeno comportamental associado com a organização do espaço em esferas de influência ou de territórios claramente demarcados, considerados distintos e exclusivos, ao menos parcialmente, por seus ocupantes ou por agentes outros que assim os definam.” CARLOS SANTOS in REVISTA ZONA DE IMPACTO. ISSN 1982-9108, VOL. 13, Setembro/Dezembro, ANO 11, 2009.
  • “Os não-lugares representam de certo modo as transformações que estão a ocorrer na sociedade moderna e que se materializam no território e das quais ninguém se parece aperceber. Todos nós, ou muitos de nós, beneficiamos com a construção destes novos espaços que nos permitem “fazer mais coisas em menos tempo”: auto-estradas, hipermercados, centros comerciais, caixas multibanco, etc. É a estes espaços, que nos facilitam a circulação, o consumo e a comunicação que Marc Augé chama “não-lugares”, em oposição aos “lugares antropológicos” que privilegiam as dimensões identitárias, históricas e relacionais (Augé, 2006). 
  • O não-lugar surge numa sociedade globalizada e é de certo modo o resultado da mobilidade dos indivíduos, dos objectos, e das ideias. Mas esta, tem características diferentes da mobilidade da cidade industrial, trata-se cada vez mais de uma dupla mobilidade: a do desenvolvimento tecnológico que permitiu “encurtar as distâncias” através dos meios de transporte (avião, metropolitano, automóvel); e a que surge com as Novas Tecnologias da Informação (NTI), que tornando-nos possível percorrer o espaço através de alguns sentidos (olhar, ouvir), nos permitem viver cada vez mais num espaço virtual sem sairmos do lugar que ocupamos.
    O lugar antropológico é o oposto dos não-lugares que encarnam de certo modo a ideia de cidade associada à mobilidade, viagem e anonimato.
    “Correspondem a uma relação forte entre o espaço e o social, que caracteriza as sociedades arcaicas, e são portadores de três dimensões: são identitários, históricos e relacionais. Estes lugares acompanham a modernidade, mas com as recentes transformações da sociedade eles vão-se perdendo, desaparecendo, e sendo substituídos por outros a que MA (Marc Augé) vai chamar não-lugares.” TERESA SÁ, EM LUGARES E NÃO-LUGARES EM MARC AUGÉ, 2006, 180.
  • “A época atual será talvez, sobretudo, a época do espaço. Nós estamos na época do simultâneo, nós estamos na época da justaposição, na época do próximo e do distante, do lado a lado, do disperso. Nós estamos em um momento no qual o mundo se faz sentir, creio eu, menos como uma grande vida que se desenvolverá através dos tempos do que como uma rede que liga pontos e que entrecruza seus laços” (FOUCAULT, M. “DES ESPACES AUTRES”. In: Dits e Écrits, tome 2: 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001. pp.1571-1581.)

Depois de ter realizado “ZEMRUDE”, uma série fotográfica sobre uma das cidades invisíveis de Italo Calvino, interessou-me a construção dos espaços (imaginários) e a discussão em torno dos “não-lugares” de Marc Augé. Na construção dos espaços (imaginários) de “SPACE 3” foi fundamental a leitura de Foucault e de David Harvey. Na estruturação de “AUSÊNCIAS” foi essencial Marc Augé.
De “ZEMRUDE” já vos falei aqui e há ainda alguns exemplares da fotozine regular à venda, na loja. Novos são os trabalhos “SPACE 3” e “AUSÊNCIAS”.

SPACE 3” é um território de imaginação geográfica e fotográfica. Recorre em certa medida ao conceito de heteropias usado por David Harvey ao referir-se aos espaços heterotópicos. É um “trompe-l’oeil” que nos obriga a refletir nas possibilidades dos espaços. Um terceiro espaço com origem numa espécie de engarrafamento do tempo, que decorreu entre tomadas de vista dos espaços que, apesar de geograficamente localizáveis, nunca são os mesmos porque também os eventos que ali têm em lugar, os significados que se lhes atribuem, as ideias e ideais que lhe subjazem não são os mesmos. A primeira tomada de vista data de entre 50 a 100 anos atrás.
Interessou-me, ao debruçar-me sobre a questão do território, a construção de – parafraseando Foucault – “espaços outros”, através de uma espécie de arqueologia da imagem. O passado dos espaços sempre me interessou, nomeadamente e neste caso, para me ajudar a criar outros espaços, cuja existência se resume à superfície bidimensional do papel fotográfico. Espaços imaginários.
A série “SPACE 3” podem ser vista AQUI. Da série está já ao alcance dos interessados uma fotozine.

AUSÊNCIAS” discorre sobre o Homem na sua condição de animal social, ser de afetos, e os relacionamentos que opera com a comunidade em que se insere e com os espaços que ocupa. É uma metáfora que dá expressão à omissão da criação de laços identitários e relacionais entre os humanos e entre estes e o território em que se movimentam, indiferenciados e despersonalizados.
Imagens (aparentemente) vazias que consubstanciam também um discurso sobre as possibilidades da fotografia. Uma fotografia de aparências, que discursa sobre a verdade através da mentira ficcionada das imagens. A série tem também uma fotozine, que vais estar disponível na loja para aquisição, dentro de um ou dois dias.

No próximo dia 7 estarei em Coimbra a apresentar estes trabalhos, na Casa da Esquina e falar sobre Território e Imaginação.

Ficam convidados, esperando que estes trabalhos despertem algo em vós.

Até logo.

Take My Body este Natal

Take My Body este Natal

Take My Body

Encontra-se já no mercado, “Take My Body”, um fotozine editado pela Hugglybooks em papel reciclado de 150g, com algumas das imagens que constituem a série realizada em 2013. A edição é limitada a 50 exemplares, numerados e assinados pelo autor, 20 dos quais em edição de colecionador. Esta é acompanhada de uma imagem (que não consta do fotozine) impressa em papel Hahnemuhle Photo Rag de 308g.
A publicação está à venda na Mercearia de Arte, em Coimbra e pode, também ser adquirido clicando na imagem ao lado, com oferta dos portes de correio (Portugal continental).
Podem também adquirir o fotozine no Photobook Club Lisboa, que se realiza todas as primeiras sextas-feiras de cada mês, na Cowork Lisboa, Rua Rodrigues Faria 103, LxFactory – Edifício I – 4º Andar, Lisboa, com desconto de 10% na edição de colecionador.
Um abraço e até sempre.

Ficha Técnica:
título | take my body
autor | arlindo pinto
dimensão | 23×31 cm
número de páginas | 26
editor | Hugglybooks black scrapbook editions
pvp | 25 euros edição de colecionador | 10 euros edição regular
edição limitada a 50 exemplares | numerados e assinados pelo autor
ISBN | 978-989-98696-3-9

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O projeto Take My Body

O projeto TAKE MY BODY

o projeto take my bodyEm 2013 estive envolvido num workshop de fotografia subordinado ao tema : “O que farei com esta imagem?”. O projeto inicial passava por desenvolver uma ideia que não teve condições para tanto.
Depois, aquele que foi apresentado e disso aqui demos conta, como o projeto “TheNakedHairyPhotographer” transformou-se n’ o projeto Take My Body, uma visão descomplexada do corpo humano e da relação que temos com o mesmo.
As fotografias que compõem o projeto estão já online aqui: https://arlindopinto.com/fine-art/take-my-body/

Desde “arrojado” e “belo” a “dialeto incompreensível”, o projeto  já recebeu alguns epítetos “interessantes”. Uns fundamentados outros nem tanto (e por isso sem validade).
As imagens foram divulgadas em primeira mão pela rede StudioVox de Los Angeles, EUA e posteriormente através do The Portfolio Project, no mês da fotografia em Sofia, Bulgária.
São agora divulgadas aqui.
Tenham um bom 2014.
Um abraço!