Lançamento de Take My Body

Lançamento de  Take My Body

Capa de Take My Body
Capa de Take My Body

Em 2013 produzi uma série fotográfica dedicada, designadamente, opinião minha, à desconstrução do nu masculino e à forma como este é, em regra, apresentado na fotografia, seja ela clássica ou contemporânea (e não vamos discutir o que é ou não é contemporâneo). Mas a linha do trabalho desenvolvido e terminado no final daquele ano, tinha outra preocupação: contribuir para a aceitação do corpo tal como ele é, discutindo e colocando em crise a ideia do modelo corporal da antiguidade greco-romana e da cultura judaico-cristã. No primeiro caso o modelo dos deuses, no segundo o modelo de Deus, encarnado em Cristo e secularizado, dir-se-ia, pela primeira vez (para evitarmos delongas) no autorretrato do pintor alemão renascentista Albrecht Dürer, datado de 1500.
A série resultou de um workshop de um ano orientado pela fotógrafa Susana Paiva.
Cito aqui retirado do “Artist Statement” da série, que designei de Take My Body (Tomai o Meu Corpo) assenta na desconstrução do modelo clássico do nu masculino, dos corpos graciosos, calvos ou imberbes. É um exercício de auto-exploração, escuro, animalesco, primário.
O homem não definido como um ser belo, refinado ou poderoso, mas resumido aos seus desejos instintivos e à necessidade humana básica de sobrevivência.
Partilha da intimidade física e exposição da obscuridade que permanece no interior do corpo.
Pretende inspirar pensamentos sobre nós mesmos e sobre a vulnerabilidade do artista relativamente a cada espetador e questionar a relação que temos com o corpo, como nos relacionamos com a nossa intimidade.
Retirar do corpo a carga emocional e estereotipada do “glamour” a que se encontra sujeito e contribuir para a aceitação do corpo masculino enquanto tal.
TOMAI O MEU CORPO pretende ir ao encontro dos humanos que se questionam sobre a beleza exterior do corpo e podem encontrar nestas imagens a aceitação do seu e das emoções que ele desperta ou que jazem no seu interior.
O trabalho colheu influências de nus de Bill Brandt e André Kertész.
Após um curso de verão no AR.CO, com o professor Sérgio Mah, sobre a concecão do livro de fotografia, surgiu o fotozine que no dia 1 de Novembro apresentarei em Coimbra na Mercearia de Arte Alves & Silvestre e que traz ao formato impresso algumas das imagens que constituem a série. A edição de colecionador é acompanhada de uma fotografia extra fotozine, impressa em papel Fine Art Hahnemuhle Photo Rag de 308g com as medidas 297x210mm, numa edição da Hugglybooks.

lançamento de take my body

 

O Lançamento de Take My Body está inserido na 2ª Feira do Livro de Autor, organizado pela Mercearia de Arte Alves & Silvestre, pelo Photobook Club Coimbra e pelo THE PORTFOLIO PROJECT, em Coimbra.
Se passarem por Coimbra nesse dia, às 20h estaremos todos na mercearia.
Um abraço.

título | take my body
autor | arlindo pinto
dimensão | 23×31 cm
número de páginas | 26
editor | Hugglybooks black scrapbook editions
pvp | 25 euros edição de colecionador | 10 euros edição regular
edição limitada a 50 exemplares | numerados e assinados pelo autor
ISBN | 978-989-98696-3-9

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Underground Maters

Underground Maters

No IMAVIZ UNDERGROUND passam-se coisas! Boas… Uma das lojas “sui generis” que podem encontrar por lá, é a “El Pep books”. Dedicada, fundamentalmente à banda desenhada, mas também à fotografia, tem ao lado uma pequena “galeria” onde atualmente estão expostas obras fotográficas de autores muito pouco conhecidos, que fazem parte de um coletivo que dá pelo nome de “MEMENTO MORI” (lembra-te que tens que morrer) e que nem sequer compareceram na abertura ou na conversa que teve lugar no dia 11 deste mês no local, sobre a dita exposição. Quase todos os autores, sendo portugueses ou de ascendência portuguesa, estão fora do país.

A coletiva tem a adequada e ambivalente designação de UNDERGROUND MATERS.

Uma vez que a fotografia está lá e com uma excelente presença, os autores não são mesmos necessários, salvo para produzirem novos trabalhos. À mão estão uma pequena biografia e o “statement” relativo às obras expostas, de cada um dos autores. Coisa semelhante só tinha ainda visto na música por parte dos Residents, que não se deixam ver por nada!

O “vazio” criado pela ausência física dos autores, adensa a curiosidade e o seu desconhecimento, a honestidade da crítica. Cosima Breier, José Carlos Galhardo, Henrique Môller-Dias e Maria Krejci apresentam trabalhos tão díspares, quanto a riqueza estética que lhes subjaz. Costumava dizer-se (tomando isso como certo) que “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Neste caso ter-se-á por bom e, assim, sendo, por aqui se fica a prosa, deixando um convite para passarem pelo velhinho IMAVIZ ali na Fontes Pereira de Melo e tomarem boa nota do que por lá se passa, na galeria da “El Pep books”.