Lançamento de Breve Inventário do Agora

Lançamento de Breve Inventário do Agora
*atualização 16/6/2021

Amig@s:

A terminar o mês de maio de 2021, venho dar-vos noticia de uma pequena publicação. Um livro desdobrável, traduzido do inglês (folded book/pants book), um “livro calças”.

Este pequeno objeto quase todo “home made” (não esperem perfeição), foi  produzido entre fevereiro e março de 2021, numa oficina orientada pelas artistas Inês Amado e paula roush, no âmbito da Creative Attentive Studio (CREiA).

A publicação tem o título de “Breve Inventário do Agora” e está ancorada nas práticas do foco (focusing), na escuta profunda (deep listening) e exercícios criativos. O projeto aborda as questões da experienciação da casa, o confinamento e a pandemia, num espaço de intimidade e luz interior.

Trata-se de uma edição de 50 exemplares, numerados e assinados. No interior contem um folio com um pequeno texto e é abraçado por uma cinta em tarlatana*.

O “Breve Inventário do Agora” está já disponível para aquisição na loja do site, ao preço de 7,50€, acrescidos de portes de envio, se for o caso.

Contudo, e esta parte é importante, aos assinantes da nossa newsletter (os que recebem esta notícia no seu endereço de correio eletrónico), que reservarem o seu exemplar através do formulário abaixo é oferecido, em exclusivo, um desconto de 10% sobre o preço da publicação. Entretanto, os que de vós já manifestaram interesse na publicação, têm o mesmo tratamento, naturalmente. Esta oferta é válida até ao próximo dia 15 de junho.

Após a reserva, ser-vos-ão remetidas orientações para pagamento, etc.

Gratidão e até breve.

*Algumas informações da ficha técnica:
  
 fotografia texto desenho arlindo pinto
 desdobrável
 aberto 287x420mm fechado 105x148mm
 papel munken pure 240gr
 folio interior
 100x142mm
 papel freelife vellum 140gr
 cinta
 tarlatana
 produção fevereiro março 2021
 na oficina CREiA::: Creative Attentive Studio
 publicação planeta dos catos
 50 exemplares numerados assinados
 lisboa maio 2021

Reserva de Breve Inventário do Agora (Consulte a loja, p.f.)

Splendid Isolation

SPLENDID ISOLATION

I want to live alone

And never go down in the street

Splendid Isolation

Lock the gates… take my hand

And lead me through the World of Self

Adaptação de “Splendid Isolation”, de Warren Zevon, 1989.

SPLENDID ISOLATION

Ao caos das ruas apinhadas sucedeu o confinamento domiciliário, uma prisão sem sentença formal, mas ainda assim, de vida ou de morte. Vida ou morte físicas. A outra, a interior, há muito percorria, finada, as ruas agora vazias. No confinamento surge a oportunidade para a luz se manifestar, do questionamento se declarar em toda a sua imponência e modestamente se tentarem as respostas mais honestas que devemos dar a nós próprios. Se não formos nós, quem então?

O confinamento não é um fatal momento de angústia e ausência. É, ao contrário, uma oportunidade para colocar em perspetiva as nossas vidas e a nossa relação com a natureza e o mundo que nos rodeia. A oportunidade para entrar no mundo do eu. Um momento de reflexão, uma janela, entre o que somos e o que a existência nos pede que sejamos. O confinamento concede espaço à opinião de nós, o que permite julgar-nos sem remorso, mas com o compromisso de voltarmos renovados, despojados, conscientes de que tudo é efémero e que só o afeto, a terra mãe e tudo o que nos edifica como humanos inocula sentido às nossas vidas.

Para Sísifo, a vida é uma sequência sem fim de atividades que não resultam em nada duradouro. Mas se olharmos de dentro, da perspetiva de quem a vive, a vida pode ter sentido e esse sentido só acaba quando cumprimos os nossos objetivos e não houver mais nada que tenha que ser feito. Lamentavelmente, a humanidade tem tudo por fazer!

Do confinamento pode sobrevir a consciência da extrema necessidade de atribuir um real sentido à vida. De preencher o seu evidente vazio. Podemos torná-lo num isolamento esplendido.

©2020

projecto #29 | "Splendid isolation" de Arlindo Pinto Inserido no projecto colaborativo "Quanto tempo tenho que esperar para que a realidade se torne extraordinária?", promovido pelo Photobook Club Lisboa.