O pêlo da cadela

Originally posted 2018-04-25 04:41:24.

Nazareth - Hair of the DogEu tenho uma cadela. Mas quero sublinhar com veemência que se trata de uma cadela, apesar de ter sido laqueada, para evitar certas coisas. A veemência com que sublinho o facto de ser uma cadela deve-se a um outro, que passo a anunciar: toda a gente se lhe dirige, ou mesmo a mim, perguntando “Então estás bom?” – para a cadela – e “O cão morde?”, dirigindo-se a mim. Ora isto é inaceitável! Tão inaceitável quanto o eu perguntar a uma senhora que tipo de lâmina usa para fazer a barba, se bem que algumas necessitassem, efectivamente, de a usar regularmente para esse efeito. E porque é que eu faria uma pergunta tão fora de contexto? Porque à primeira vista a senhora, por virtude de farto buço ou mesmo de vestígios mais profusos de penugem no rosto, induzir-me-ia em erro, porque não atentei noutros pormenores da fisionomia da dita. O facto de ter o peito mais saliente não significa nada é certo, porque há homens que também o têm e aos quais eu poderia perguntar qual o número da copa do sutiã que usam, mas a questão viria sempre a despropósito. Um e outro responderiam de forma diversa,
mas sempre com o mesmo sentido, a senhora dizendo, “Eu sou fêmea e não faço a barba, quando muito faço depilação”, enquanto o macho responderia em tom interrogativo, “Queres levar um murro nos cornos?”. Ambas demonstram o quão equivocado eu estaria ao colocar a questão. E isto é inaceitável! É inaceitável não atentar noutros pormenores da fisionomia dos questionados, ou daqueles a quem as perguntas se reportam ainda que realizadas a terceiros.
Por isso, quando alguém pergunta à minha cadela “Estás bom?”, ou a mim me interpelam se “ele morde” trata-se de uma insolência, uma provocação, resultante de uma condenável falta de atenção do interpelante. E isso é inaceitável!
Porque é que as cadelas têm, aos olhos dos menos observadores, de ser sempre cães? Por acaso se chama a uma mulher “da vida” cão? Não, chama-se-lhe cadela (às vezes raivosa). Então qual é a dificuldade? Cadela é cadela, cão é cão.
Honestamente, nem sei porque estou a desperdiçar tempo a escrever este pequeno texto, que sei ser de fino recorte literário. Sou de antemão sabedor que continuarão a chamar cão à cadela, sem terem a preocupação de atentar a certos pormenores de carácter físico para, em antecipação à questão, afastarem as dúvidas.
A minha cadela nunca me mordeu. Se o fizesse seria, naturalmente, uma cadela morta. No entanto, gosto dela, mas já cometi a aleivosia de lhe desejar aquele destino. Tudo porque solta imenso pelo, qualquer que seja a estação do ano e isso enerva-me solenemente. Por isso escrevi à faculdade de veterinária no sentido de indagar se haverá qualquer solução para tamanha praga ou se, em alternativa, lhe podia dar um pente zero, do género militar acabado de assentar praça. Continuo à espera de resposta.
Desta Forma, estou seriamente inclinado para a resignação e passar várias centenas de horas apanhando pelo e a escovar a cadela até que o Nosso Senhor dos cães a chame para junto dele.
Nem a propósito fiquei ontem a saber que o Rei Tutankhamon morreu de uma infecção causada por um ferimento na perna esquerda, logo acima da rótula, que até acho que já nem tinha. Isto é muito importante para a história do Egipto e do rei mais jovem da história (pelo menos do Egipto), já que por cá o Sebastião nem se dignou morrer com um ferimento. Ficou-se por África onde fundou uma tribo que tem vindo a invadir paulatinamente o nosso país. D. Sebastião era um verdadeiro palhaço, a julgar pelas roupas.
Por fim, considero útil referir que o que me trouxe aqui foi o pelo da cadela, que gostaria de partilhar convosco.

Peregrino do Rock (parte II)

Nos últimos tempos tenho conseguido fazer em simultâneo duas das coisas de que mais gosto: música e fotografia. Bem, quanto à música não é propriamente fazê-la até porque, para lá de ter deixado há muitos anos de tocar (talvez “tentado” seja melhor) bateria, abandonei, por razões depressivas (!) o curso de viola clássica, ao qual se eu quiser, e não Deus, hei-de voltar.

MATILHA AO VIVO MÊDA + 2012

Originally posted 2018-04-08 20:50:58.

“Os MATILHA são Ozzy, Indy, Né e Patrão. Cães vadios da nova música nacional. O seu disco gravado nos Blacksheep studioshabita nos corações surpresos da crítica, por uma banda rock que não tem guitarras mas um poder desmesurado, que lhes valeu estarem na lista dos melhores de 2011 do site A Trompa e o 2º melhor disco do ano para os fãs do site Bandcom”, lê-se no Bandcamp da banda.

Este ano estiveram no Festival Mêda+ onde deram um concertaço. Do momento ou momentos ficaram registos poéticos, visuais e sonoros. Assim, lançaram este mês e disponibilizaram gratuitamente no seu Bandacamp um disco a que chamaram “Matilha ao Vivo no Mêda + 2012”. Em boa hora o fizeram.

Cliquem na foto para fotos e na capa do disco para disco!!!

MATILHA AO VIVO MÊDA + 2012

 

Matilha@III Festival Mêda+

Festa Avante 2007

O Jornal Avante realizou a sua 31ª festa no último fim-de-semana. A festa é cada vez mais de todos e não exclusiva dos membros e simpatizantes do PCP. Pelo menos é essa a impressão de quem a visita. Na verdade, passeando por entre a multidão, ouvindo conversas aqui e ali, vai-se tomando o pulso aos visitantes e percebe-se perfeitamente que, muitos dos que ali vão…