Punk’s Not Dead!

Originally posted 2015-02-04 00:18:04.

THE EXPLOITED + SUBCAOS + MORDAÇA

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Sou um retardatário no que concerne a colocação on-line de artigos sobre acontecimentos que fotografei. Não por culpa própria, mas do sistema! O sistema que me obriga a trabalhar para sobreviver e poder pagar as contas que ferozmente galopam, quais equídeos de crinas ao vento, tentando alcançar o topo da montanha que nos conduza à pobreza generalizada e à extinção da classe que paga impostos. Além do mais é sempre mais conveniente culpar o sistema. Por isso: “Fuck the System”! É no sistema que encontramos a corrupção politica, a violência da polícia, as guerras, ou a religião. E os outros: os deserdados e os que para lá caminham.
Onde estavam vocês em 77? Eu estava no liceu e pouco tempo depois começava a aperceber-me do movimento Punk, com os Sex Pistols, Ramones, The Damned, etc. Em finais dos anos 70, 1979, Wattie Buchan um ex-soldado ao serviço de Sua Majestade, associou-se a John Duncan e mais dois magarefes para formarem THE EXPLOITED, banda da área do Punk Rock e que hoje, usando as etiquetas, anda mais para os lados do Trash Punk, mas que sempre centrou os seus textos na luta contra a corrupção o clientelismo e outros males do “sistema”. Assim sendo: “Fuck the System”! A expressão é o título de uma das canções mais badaladas dos THE EXPLOITED e tem na última estrofe tudo por aquilo por que a banda sempre lutou:
“Thousands of homeless
And more each day
The misery continues
It’s the government way
Fuck the government
!”
Olhem, se querem saber, eu acho até que a canção foi urdida pensando em Portugal!!!
Os THE EXPLOITED estiveram pela terceira vez em Portugal, no Man’s Ruin Bar, em Almada, Cacilhas, gritando “Fuck the System”, “Fuck the USA”, tendo como prólogos os MORDAÇA e os SUBCAOS, agora regressados aos palcos. Duas bandas nacionais que cumpriram o seu papel. Quando, contudo, vi acercarem-se do palco os membros dos SUBCAOS, fiquei com a estranha sensação de ia assistir a uma actuação dos DAWNRIDER… Não, não estava enganado: os músicos eram os mesmos dos DAWNRIDER!!! Durante o extraordinário espectáculo que deram, pude verificar a vasta legião de fans que esta banda de Lisboa ainda mantém e a forma veemente como interagem entre si. Creio que nos DAWNRIDER/SUBCAOS, militam dos melhores músicos da área do Metal/Trash/Punk nacional. E digo isto depois de os ver e ouvir num e noutro registo: metal e punk. O show não desenganou ninguém e o suor e a cerveja começaram a fazer-se notar. Tal como antes do inicio da função “XIKURO”, vocalista, me tinha feito notar: “Ali no palco não vai estar ninguém quieto!” E Não esteve!
Antes dos SUBCAOS tinham já actuado os MORDAÇA, que com casa méis, se esforçaram por dar o tom à noite. Hardcore da velha guarda, não fossem ele de Linda-a-Velha! Rolam desde 2005 e têm já uma falange de seguidores de se lhe tirar o chapéu. Têm muito boa presença em palco e estão aí para durar.
Naturalmente, que o que se aguardava com ansiedade era Wattie e “sus muchachos”, que na noite anterior haviam tido em Lisboa uma escaramuça, de que resultaram vários pontos na cabeça de Wattie e do irmão Willie! Nada de mais para cabeças que, além de rapadas, se pelam por uma boa briga e que, ao longo dos anos, fruto da sua, errada, conotação ao nazismo, têm tido oportunidade de abrir e ser abertas!
A prova de que o Punk não morreu esteve ali no Man’s Ruin. Desde o primeiro até ao último segundo: agressividade, ritmo e velocidade, irreverência e provocação. O espírito de 77 esteve sempre ali. De tal forma que, se com os SUBCAOS ainda consegui chegar perto do palco, com os THE EXPLOITED, foi totalmente impossível: os corpos nus e suados chocavam entre si, copos em riste que derramavam cerveja, bocas que gritavam canções, uma após outra, que arreganhavam os dentes de contentamento e o som que penetrava pesado e agudo, ouvidos adentro daquela massa humana, que se acotovelava junto ao estrado. Por isso, apenas algumas vezes me arrisquei a ir junto do palco.
Não obstante, no final, penso ter ficado um resultado positivo: boa música e boas fotos!
Punk’s Not Dead!

Punk patria nostra

Originally posted 2015-02-04 00:17:27.

FÁBRICA DE BRINQUEDOS + GAZUA + K203, MUSICBOX, 24.09.2009

No dia 24 passado (Setembro de 2009), no Musicbox, ali ao Cais-do-Sodré, esta sala lisboeta foi mais uma vez palco da celebração do punk rock nacional demonstrando que a glória do punk, ao contrário da do mundo não é passageira. Ali estiveram três bandas, todas para celebrar a edição do terceiro disco dos K203, “O FIO DA NAVALHA”, que, ao cabo e ao resto é onde andamos todos. Seja pelo temor do desemprego, seja pelo medo das escutas, seja pela prepotência do chefe, seja pelo imbecilidade de quem manda, seja ainda pela tristeza da justiça, seja pelos discos da LADY GAGA, temos sempre algo que nos traz num difícil equilíbrio, numa sobrevivência preocupada. Quem esteve no Musicbox, divertiu-se. Ficámos a conhecer os alentejanos FÁBRICA DE BRINQUEDOS, novos temas dos GAZUA e naturalmente o novo álbum dos K203. Ficam as Set Lists das bandas e como bónus um tema em vídeo dos GAZUA, um hino à resistência, que captei quando coloquei a camera de lado e agarrei no telemóvel. Cliquem nas Set Lists e vão passear até à Galeria. Se quiserem ver o video não se esqueçam de pausar o Mixpod aqui ao lado, senão é a loucura total… Fica, retirado das respectivas páginas do MySpace, um pouco das bandas para quem ainda não as conheça, o que só por si constitui crime de lesa majestade. FÁBRICA DE BRINQUEDOS Banda formada no Verão de 2005 em Santiago do Cacém, com alguma experiência de palco, já efectuou concertos um pouco por todo o lado no sul e centro do país, tocando com várias bandas conhecidas a nível nacional. A banda já foi composta por várias formações até à actual, que conta com Nato na voz, Hugo e Sabino nas guitarras, Coelho no baixo e Ricardo Barrinho na bateria. A banda está neste momento a trabalhar em material novo e a terminar a edição e produção de um novo EP. GAZUA Formados em 2005 os Gazua são uma banda de Rock cantado em Português com base em Lisboa. Da sua formação fazem parte: o João na voz e guitarra que principiou o seu percurso musical no final dos anos 80 com os Corrosão Caótica, passando ainda em 98 pelos Carbon H. Paulinho no baixo, estreou-se também no final do anos 80 com os Jardim do Enforcado, no inicio dos anos 90 com os M.A.D. e os Spitz Buben e, actualmente, participa com os Kamones – banda de tributo aos Ramones que conta com a participação de João Ribas (membro dos Tara Perdida e dos Censurados) ; e, por último, o Paulo Corvo na bateria, que com 30 anos de experiência como baterista (20 deles na mais antiga banda de covers do país, os Ferro e Fogo), é o motor oleado desta formação. São um trio no qual cada elemento já conta por isso com muita experiência dentro do panorama musical nacional e que nos Gazua juntam forças para levar este projecto a bom porto. Em 2007 decidem gravar o primeiro álbum “Convocação”, que teve uma boa receptividade, levando a banda a avançar para o segundo disco exactamente um ano mais tarde. É assim que surge no inicio de 2009 “Música Pirata”. Um disco mais abrangente dentro do estilo Rock, e com um pendente mais inconformista. O conceito deste novo trabalho explora os caminhos que cada um pode seguir à margem da grande indústria consumista que atropela os pequenos criadores, daí o nome “Música Pirata”. Há ainda a curiosidade de ser um CD com uma caixa feita em cartão canelado impresso em serigrafia a duas cores em que não existem 2 totalmente iguais, tendo ainda o detalhe de terem sido criadas 4 capas diferentes que se completam quando juntas. A ideia será passar a mensagem de que a união faz a força! São 12 temas que não se delimitam ao estilo Punk Rock e que passam mensagens de união, construção e constante procura pelas coisas em que acreditamos. Este disco tem edição de autor e distribuição nacional. K203 Oriundos de Santiago do Cacém e apadrinhados pelos Xutos&Pontapés em 1996, os K2o3 lançam pela mão de TIM e com edição da EL TATU, o álbum de estreia intitulado “És capaz”. A banda faz várias primeiras partes dos Xutos, vários concertos de norte a sul e em 1999 editam o segundo trabalho de nome “Grita”. São actualmente uma das mais respeitadas bandas punk rock nacionais, com o estatuto de banda de culto, que frequentemente tem centenas e por vezes milhares de pessoas nos seus concertos, apesar de actuarem num circuito mais alternativo. 2009 marca o regresso dos K2o3 às lides discográficas com o novo álbum intitulado “No fio da navalha”, com edição marcada para o dia 24 de Setembro de 2009. Neste momento a banda está pronta para apresentar o seu novo trabalho ao vivo numa tour que irá percorrer o país de norte a sul e que já conta com várias datas agendadas.

Fazia tudo outra vez

Originally posted 2015-02-04 00:16:19.

GAZUA – Fazia Tudo Outra Vez

A esta hora não dá para mais. Fiquem com uma das melhores bandas nacionais de Rock’n’Roll, que toca com sentimento e passa amiude cá por casa! Um tema retirado de “Convocação”, de 2008.

“Convocação” – Gazua (Edição de Autor/Raging Planet, 2008)
01. Se Tens Vontade de Gritar
02. Morres Devagar
03. Fazia Tudo Outra Vez
04. Evolução (1974)
05. Sair da Escuridão
06. O Que é Que Estás Aqui a Fazer
07. Mil Dedos
08. Freneticamente Falando
09. Punição
10. Vou Explodir

TSUNAMIZ e PRESS PLAY @ Musicbox

Originally posted 2015-02-04 00:16:02.

TSUNAMIZ e PRESS PLAY @ Musicbox, Lisboa, 10.09.2009

Oriundos das colinas que ladeiam o Tejo, emergindo das varias tribos nómadas que aí formaram acampamento, os Tsunamiz nasceram de costas voltadas para Lisboa, para o calor e arrufo da capital. Crestados pelo sol e pelo vento, estes jovens de fecundo poder criador optaram por manobrar a máquina e a electricidade, colocando-as em rota de colisão consigo mesmas, levar os dedos gélidos, os glaciares escaparates, do culto comodista a esmagarem-se a si mesmos com o seu próprio peso.
Não há motivos para os Tsunamiz: São um reflexo natural do actual estado de sítio adormecido. Dada a escolha, não hesitariam, também eles, em baixar armas perante a vida fácil, beber a ambrósia do capitalismo e aprender a manobrar o chicote da autoflagelação popular – Para apressar a descida aos infernos do ser, derradeiro propósito do Homem do sec. XXI. Como um todo porem, existem como reacção ao culto do dogmático e da superstição, um anticorpo contra a celebração da ignorância, rumo a sua mútua destruição. Não e sequer o asco que os move, e a ininteligível química de se ser quem se é.
Os Tsunamiz são a língua de fogo que há-de lavrar os campos, soterrar de vez os túmulos dos velhos profetas e por fim as suas póstumas incursões nocturnas pelas mentes incautas, a devastação que deve preceder um Novo Nascimento. Assim o exige a inocente, risonha sinceridade da lei natural das coisas.

In Myspace da banda

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