Mêda+ 2011

FESTIVAL MÊDA+ x 5!

Originally posted 2013-08-22 21:15:43.

Rescaldo do II Festival Mêda+,  29 a 31 de Julho, 2011

Quando em 2010 surgiu o primeiro MÊDA+, o facto foi motivo de estranheza para muitos, habituados à ideia de que o

NERVO
NERVO

município não tinha ofertas culturais dessa natureza, numa área acima de tudo dedicada às gerações mais jovens, com muito olho na MTV, ouvido nas rádios “indie” e assíduos frequentadores de festivais pop/rock por esse país fora.
Contudo, algo mudara e os jovens medenses quiseram marcar uma posição de caráter cultural nesta região e provar que era possível, com êxito, trazer a música ao interior, ao invés de enviar para os grandes centros os espectadores.
Ao seu nível o I FESTIVAL MEDA+, não tendo sido um êxito rotundo, foi a semente que em 2011 trouxe ao mesmo local milhares de pessoas, que não quiseram deixar de marcar presença num festival que teve um cartaz eclético e com nomes, uns feitos,

Alma Fábrica
Alma Fábrica

outros promessas evidentes do panorama pop/rock português. Mais: é óbvia a aposta na ajuda ao lançamento de bandas mais jovens e que, tendo já provado a sua valia, não foram ainda chamados aos grandes palcos ou não andam ainda nas bocas do certo mundo, tais como por exemplo, NERVO e ALMA FÁBRICA. Aliás, é nossa opinião que os ALMA FÁBRICA protagonizaram o momento mais belo do festival, apesar de poucos o terem presenciado. Marcaram a diferença, não só pelo som que produzem, como pelo momento e local onde teve lugar o seu concerto: um aprazível final de tarde, no centro da cidade, nas escadas do “Domus Iustitiae”, que insistentemente me trazia à mente o evento gravado ao vivo nas ruínas de um velho anfiteatro em Pompeia, pelos PINK FLOYD e apropriadamente chamado de “Live at Pompeii” o qual tem a particularidade de não ter audiência. Falo de algo que admiravelmente existe e é belo, pelo simples facto de ser, sem apendículos, nem aplausos.

The Poppers
The Poppers

Um festival que fechou com ALMA, diríamos, e que se iniciou com música de boa CEPA, apesar de TORTA. De facto, o festival abriu sexta-feira com os filhos da terra: OS CEPA TORTA, fundamentalmente uma banda de covers que fizeram o seu papel de forma irrepreensível: aquecer as hostes para o que aí vinha e fazer levantar a poeira.
Para a noite: THE POPPERS e DIABO NA CRUZ, terminando com a dj DjOaNa, para colocar “KO” as centenas que permaneciam em frente ao palco após o termo da atuação dos DIABO NA CRUZ. THE POPPERS foram novidade para muitos, para muitos mais nem tanto: são uma banda habituada já às luzes da ribalta, com o seu mais recente registo “UP WITH LUST”, centrado nas ruas de Lisboa e marcado pela onda musical da Londres dos anos 60, em “tour” pelo país inteiro e em breve por essa Europa fora. Deixaram todos babados de boquiabertos que ficaram com a energia da banda.

Diabo na Cruz
Diabo na Cruz

Dos DIABO NA CRUZ alguém disse serem “rock com travo estético e autoral nacional”. O seu disco “VIROU!” volveu tudo do avesso e misturou na “mouche” o rock e o vira e foi “Casamento”. Também no II MÊDA+ os que enchiam o recinto do festival e a banda se uniram para em uníssono fazerem, não “o diabo a quatro”, mas uma noite memorável.
DjOaNa terminou a noite e preparou a malta para o dia seguinte: DEFYING

Tara Perdida
Tara Perdida

CONTROL, NERVO e TARA PERDIDA. Uma noite punk com “o rock como nunca o ouviram” pelo meio. É este o lema d’OS NERVO. NERVO que são os primeiros repetentes do MEDA+: estiveram na primeira edição do festival e voltaram na segunda. Em 2010 trouxeram o seu, até à data, único longa duração: “TRIPAS CORAÇÃO”, um rosário de orelhudas malhas rock cantadas em português. A multidão pedia “Comprimido Pop”. E comprimido teve. Mas teve também novos temas, igualmente enérgicos e furiosamente desalmados. Não só não desiludiram como acrescentaram pontos.
Aos DEFYING CONTROL coube a tarefa de abrir as hostilidades. Os rapazes já rodaram no Brasil, Europa e editaram no Japão, Europa e Estados Unidos, por isso não são principiantes. Antes pelo contrário. Já abriram, para bandas como Ignite, No Use for a Name e Streetlight Manifesto. Desde2005 atrilhar os caminhos do punk, sem tréguas, sem se renderem, deram muito boa conta de si mesmos e as massas souberam apreciar, cantar e dar-lhes gás para continuarem.
A noite terminou com os autores de “Pala Pala”, TARA PERDIDA. Eram esperados. Os rostos e as T Shirts diziam isso mesmo. Muitos fãs, muitos TARA(dos) aguardavam a banda de João Ribas. Os TARA PERDIDA rodam desde 1995 e apresentaram os temas que a multidão queria ouvir e cantar, da forma como o costumam fazer: em comunhão com os fãs, com ou sem batata frita.
ALVIM fechou a noite.
Feitas as contas o MÊDA+ 2011, em relação a 2010 foi 5 vezes superior, em cartaz e em almas sedentas de Rock’n’Roll.
2012 será o ano em que se fará a prova dos nove: ou sim ou sopas, isto é, ou morre ou finca definitivamente pé e ganha o seu espaço no rol dos prestigiados festivais nacionais, com a especificidade de este ser o nosso!

Fotos do evento no site