A revolução não será televisionada.

Originally posted 2015-02-04 00:14:51.

Para lá de um eventual atraso de 5 a 10 minutos, considero-me perfeitamente normal. Contudo, o conceito de “normalidade” pode, quiçá, ser alvo de uma discussãozita. O dicionário define “normal” como tudo que é “conforme à norma ou regra; exemplar; regular; ordinário”. Parece normal considerar que os comportamentos humanos se regem por padrões, que facilmente podemos etiquetar: normais, desviantes, paranóicos, inseguros… É normal, dirão os apologistas da normalização ou da normalidade (?), que quem simpatize com determinado género musical, não admita ouvir ou saborear outros estilos: o amante do Fado, jamais se comprazerá a escutar Grunge; o apaixonado do Heavy Metal não se deleitará ao ouvir Jacques Brel; o amante do Folk, nunca irá à bola com o Hard Rock; o que se emociona ao ouvir Country, não escutará Reggae, e por aí adiante, até se esgotarem as etiquetas. Se o conceito de normalidade é este, eu sou total, inequívoca e irremediavelmente, anormal, com letras maiúsculas e tudo. Muitos de vocês estão já a pensar, com os olhos brilhantes e um sorriso de aurícula a aurícula, “só agora é que percebeste, ó anormal?”. Para ser franco, Continue reading “A revolução não será televisionada.”

Os bichos hão-de revoltar-se de novo!

Originally posted 2013-12-20 23:28:51.

Meninos do Coro - Revolta no zooNão li, vi, ou sequer ouvi, as notícias de hoje, dia seguinte ao apocalipse do gamelório natalício e do corrupio das oferendas mútuas, dos respectivos abraços e votos de felicidade (efémera, digo eu). Acabou também o tempo da solidariedade. Hoje tudo volta a ser o que era: casa trabalho (emprego para alguns), trabalho casa. Ódio recíproco entre os condutores que, possivelmente, ontem se amaram! A época da fraternidade e amor universal só voltará no próximo dia 31, ou melhor, na transição de 31 para 1, data na qual até desconhecidos se abraçarão e revezar-se-ão nas felicitações e mais desejos de tudo e tudo! No dia seguinte vestem o fato de três peças e volta tudo à normalidade: todos estranhos aos olhos de cada um, não nos conhecemos, nem reconhecemos a nossa condição humana. Temos orgulho na nossa componente animal, nos nossos instintos básicos de ataque e defesa. Adiante.
E se os bichos se revoltassem?
Em tempo de presidenciais, recordo com a nostalgia o dia Continue reading “Os bichos hão-de revoltar-se de novo!”

Mêda+ 2011

FESTIVAL MÊDA+ x 5!

Originally posted 2013-08-22 21:15:43.

Rescaldo do II Festival Mêda+,  29 a 31 de Julho, 2011

Quando em 2010 surgiu o primeiro MÊDA+, o facto foi motivo de estranheza para muitos, habituados à ideia de que o

NERVO
NERVO

município não tinha ofertas culturais dessa natureza, numa área acima de tudo dedicada às gerações mais jovens, com muito olho na MTV, ouvido nas rádios “indie” e assíduos frequentadores de festivais pop/rock por esse país fora.
Contudo, algo mudara e os jovens medenses quiseram marcar uma posição de caráter cultural nesta região e provar que era possível, com êxito, trazer a música ao interior, ao invés de enviar para os grandes centros os espectadores.
Ao seu nível o I FESTIVAL MEDA+, não tendo sido um êxito rotundo, foi a semente que em 2011 trouxe ao mesmo local milhares de pessoas, que não quiseram deixar de marcar presença num festival que teve um cartaz eclético e com nomes, uns feitos,

Alma Fábrica
Alma Fábrica

outros promessas evidentes do panorama pop/rock português. Mais: é óbvia a aposta na ajuda ao lançamento de bandas mais jovens e que, tendo já provado a sua valia, não foram ainda chamados aos grandes palcos ou não andam ainda nas bocas do certo mundo, tais como por exemplo, NERVO e ALMA FÁBRICA. Aliás, é nossa opinião que os ALMA FÁBRICA protagonizaram o momento mais belo do festival, apesar de poucos o terem presenciado. Marcaram a diferença, não só pelo som que produzem, como pelo momento e local onde teve lugar o seu concerto: um aprazível final de tarde, no centro da cidade, nas escadas do “Domus Iustitiae”, que insistentemente me trazia à mente o evento gravado ao vivo nas ruínas de um velho anfiteatro em Pompeia, pelos PINK FLOYD e apropriadamente chamado de “Live at Pompeii” o qual tem a particularidade de não ter audiência. Falo de algo que admiravelmente existe e é belo, pelo simples facto de ser, sem apendículos, nem aplausos.

The Poppers
The Poppers

Um festival que fechou com ALMA, diríamos, e que se iniciou com música de boa CEPA, apesar de TORTA. De facto, o festival abriu sexta-feira com os filhos da terra: OS CEPA TORTA, fundamentalmente uma banda de covers que fizeram o seu papel de forma irrepreensível: aquecer as hostes para o que aí vinha e fazer levantar a poeira.
Para a noite: THE POPPERS e DIABO NA CRUZ, terminando com a dj DjOaNa, para colocar “KO” as centenas que permaneciam em frente ao palco após o termo da atuação dos DIABO NA CRUZ. THE POPPERS foram novidade para muitos, para muitos mais nem tanto: são uma banda habituada já às luzes da ribalta, com o seu mais recente registo “UP WITH LUST”, centrado nas ruas de Lisboa e marcado pela onda musical da Londres dos anos 60, em “tour” pelo país inteiro e em breve por essa Europa fora. Deixaram todos babados de boquiabertos que ficaram com a energia da banda.

Diabo na Cruz
Diabo na Cruz

Dos DIABO NA CRUZ alguém disse serem “rock com travo estético e autoral nacional”. O seu disco “VIROU!” volveu tudo do avesso e misturou na “mouche” o rock e o vira e foi “Casamento”. Também no II MÊDA+ os que enchiam o recinto do festival e a banda se uniram para em uníssono fazerem, não “o diabo a quatro”, mas uma noite memorável.
DjOaNa terminou a noite e preparou a malta para o dia seguinte: DEFYING

Tara Perdida
Tara Perdida

CONTROL, NERVO e TARA PERDIDA. Uma noite punk com “o rock como nunca o ouviram” pelo meio. É este o lema d’OS NERVO. NERVO que são os primeiros repetentes do MEDA+: estiveram na primeira edição do festival e voltaram na segunda. Em 2010 trouxeram o seu, até à data, único longa duração: “TRIPAS CORAÇÃO”, um rosário de orelhudas malhas rock cantadas em português. A multidão pedia “Comprimido Pop”. E comprimido teve. Mas teve também novos temas, igualmente enérgicos e furiosamente desalmados. Não só não desiludiram como acrescentaram pontos.
Aos DEFYING CONTROL coube a tarefa de abrir as hostilidades. Os rapazes já rodaram no Brasil, Europa e editaram no Japão, Europa e Estados Unidos, por isso não são principiantes. Antes pelo contrário. Já abriram, para bandas como Ignite, No Use for a Name e Streetlight Manifesto. Desde2005 atrilhar os caminhos do punk, sem tréguas, sem se renderem, deram muito boa conta de si mesmos e as massas souberam apreciar, cantar e dar-lhes gás para continuarem.
A noite terminou com os autores de “Pala Pala”, TARA PERDIDA. Eram esperados. Os rostos e as T Shirts diziam isso mesmo. Muitos fãs, muitos TARA(dos) aguardavam a banda de João Ribas. Os TARA PERDIDA rodam desde 1995 e apresentaram os temas que a multidão queria ouvir e cantar, da forma como o costumam fazer: em comunhão com os fãs, com ou sem batata frita.
ALVIM fechou a noite.
Feitas as contas o MÊDA+ 2011, em relação a 2010 foi 5 vezes superior, em cartaz e em almas sedentas de Rock’n’Roll.
2012 será o ano em que se fará a prova dos nove: ou sim ou sopas, isto é, ou morre ou finca definitivamente pé e ganha o seu espaço no rol dos prestigiados festivais nacionais, com a especificidade de este ser o nosso!

Fotos do evento no site

Diário de um melómano

Originally posted 2010-01-04 02:50:24.

Querido Diário Ocasional:

Há já muito tempo (sei que é o que tu pensas) que não te dedicava um bocadinho. Tu sabes, falar contigo ou melhor, deixar-te aqui três ou quatro coisas dos meus curtos dias. Não me interpretes mal. Digo curtos, porque o dever me permitiu ausência mais prolongada, férias como sói dizer-se, e me levanto invariavelmente às 3 da tarde como se padecesse da doença do sono ou tripanossomíase africana, causada pelo parasita unicelular Trypanosoma brucei. Não! Se assim fosse já estaria noutra morada: “In The Presence Of The Lord”, como diriam os BLIND FAITH (sabes, aquela banda antiga do Eric Clapton). Não é nada disso. Sou apenas noctívago: é a noite que me esconde, mas é também a noite que me revela. É uma contradição, pode ser. Mas o próprio Sartre dizia que “viver é estar em contradição”. Assim sendo, sinto-me maravilhosa e filosoficamente contraditório, sem que tal me pese ou me apoquente: é isso a minha liberdade.
Bom, sei que estás curioso sobre toda esta história do natal e do fim d’ano: prendas, decisões, planos para 2010, etc., etc.
Antes de mais espero que te sintas bem na tua nova pele. O sítio foi remodelado com a contribuição analítica do João Vasco, tendo em linha de conta que, antes de mais, ele é a exposição permanente do meu trabalho fotográfico e que, de entre este, aquele que efectivamente é para mim importante, me interessa e me faz vibrar deve destacar-se. É por isso que a primeira página só mostra agora um slideshow daquilo que posso chamar “A MINHA FOTOGRAFIA”. Claro, a GALERIA, continua repleta de fotos: também faço outras coisas, até baptizados… Não leves a mal, mas aquelas é que me dão pica (desculpa o calão e já agora que me desculpe o TÓ PICA, dos ANTI-CLOCKWISE). Por falar nisso, as fotografias dos concertos, do Rock, filho do ELVIS ou não, estarão sempre por cá. Dois amores: rock e fotografia! Pensavas que era só o MARCO PAULO? Nada disso! Todos temos, em algum momento dois amores ou mais!
Olha, também coloquei de lado o “player “ porque, segundo a MARIA, “distraía”. Se quiseres ouvir música vais ao meu FACEBOOK ou ao meu MYSPACE. Desenrasca-te por lá. Entretanto, podes sempre comprar discos, meu pirata!
Nem de propósito! Falando de discos: sabes bem que o espaço é já diminuto para arquivar discos, mesmo os pirata. A casa não aguenta mais. São aos milhares e tenho pensado no assunto.
De há uns tempos para cá, pensando na música e no futuro dos discos enquanto suporte físico da mesma, sejam eles compactos ou de vinil, concluí que chegas a uma altura, se tiveres mesmo a doença dos discos como eu, que não tens espaço, não tens tempo para lhes dedicar, para admirar as suas capas, para verificar se estão a ficar com sinais de humidade (mofo), para os limpares com todos aqueles produtos à base de álcool isopropílico e, sobretudo, para os ouvires. Passas anos sem ouvir “aquele”! Compras em duplicado, porque te esqueces que já tens aquele outro na tua discoteca pessoal! Enfim! E isso ou são casos de insanidade ou de memória cheia, que carece de upgrade.
Além do mais, se adquires duas vezes, consomes mais capital e este não abunda, excepto nos casos em que há faces ocultas, e que não são a da lua, apitos dourados e outras reinações que certas criaturas confeccionam com o dinheiro cá do pagode. Portanto, disse cá para comigo que isto tinha que ter uma solução, neste mundo globalizado em que até os telefones moveis têm cada vez mais pixéis nas suas câmaras fotográficas (a minha está na reparação, já sabes) e uma data de funções. Por enquanto, não possuem máquinas de lavar roupa e louça, nem frigorífico, mas com o tempo lá irão e até tu que não bebes água vais sentir uma sede terrível. Como se estivesses no deserto…
Bom, atalhando caminho, o que te quero dizer é que tomei uma decisão radical: salvo raras e que terão de ser honrosas excepções, não comprarei mais música em suporte físico. Vou tornar-se um fanático do iTunes ou coisa parecida. Não tenho espaço, nem memória para mais. Que dizes tu disto?
A pensar nisto, o Pai Natal colaborou e trouxe-me um HDD Externo de 1 Terabyte, o que equivale a 1024 GB, para armazenar, mais coisa menos coisa, 300.000 canções!
Como é que isto se liga? O meu terabyte ao resto da HI-FI para podermos estar uma semana sem mudar de disco? Sim, ao amplificador, à TV! Bom, isso requereu um pouco mais de estudo, porque me confesso leigo na matéria. De inicio liguei o terabyte à entrada USB do meu DVD-R Philips… Hum… esperei, esperei e nada surgiu no ecrã. Percebi, depois de falar com um técnico, meu irmão, que o melhor seria formatar o dito com um sistema de ficheiros FAT32 e não usar o NTFS de origem.
Foi o que fiz. A iomega tem um software que formata o disco num ápice.
Voltei à sala, mas percebi que era muita fruta para o Philips, que insistia em mastigar e não deglutir. Bom, que fazer?
Disso falo-te amanhã, hoje já é tarde e assim…
Até amanhã, querido Diário Ocasional.

Dose tripla!

Originally posted 2018-12-13 20:06:36.

The Doll & The Puppets

Estão disponíveis as fotos da 4ª Sessão do XII Concurso de Música Moderna de Corroios, que decorreu no passado dia 17. Clique no nome da tripla de bandas que actuou naquela sessão, para aceder directamente às fotos constantes da Galeria. Foram elas os The Guys From The Caravan, The Doll & The Puppets e os convidados, Triplet.
As bandas podem pedir um CD com as fotos que será fornecido gratuitamente, ficando os portes à sua responsabilidade, naturalmente. Se as usarem publicamente só têm de mencionar claramente o seu autor, ou seja, eu!
Esta sessão foi marcada pelas mulheres! Isso mesmo, as miúdas arrasaram. Quer a “front woman” dos The Doll & The Puppets que, além de uma bela boneca é uma rapariga endiabrada. Acho mesmo que está possuída pelo demónio. A vocalista dos Triplet não lhe fica atrás e, além de bonita, tem uma rica voz. Oh se tem!
Like I said before: “rock’n’roll free your soul!” So, let’s do it, damn!

XII FESTIVAL DE MÚSICA MODERNA DE CORROIOS