joel-peter-witkin an objective eye

Joel-Peter Witkin An Objective Eye

Originally posted 2015-02-04 00:11:50.

No último Photobook Club Lisboa, tive o prazer de apresentar o trabalho de Joel-Peter Witkin, fotógrafo de referência para mim e o meu próprio trabalho “Take My Body”.  Recentemente tive também o prazer de descobrir o último documentário produzido sobre aquele fotógrafo. É um filme de distribuição online e custa apenas 11.04€. Fica aqui o link para quem o quiser adquirir e ficar a conhecer o conceito por detrás de muitas das suas fotografias, conhecer melhor este génio da fotografia e histórias pitorescas resultantes da sua atividade como fotógrafo. Aqui está o link:  
Entretanto fica o trailer!

Pompeia

Originally posted 2014-02-23 19:50:38.

Quadradamente retirámos a Sul.
As tropas jaziam inertes numa espera de morte rápida,
brandindo sabres de guerreiro amedrontado e
a majestade romana erguia hirta,
quente,
a estátua da civilização laica,
enquanto o vulcão aquecia, num sorriso cálido
a Janika.
Vulcano soltou ordenadamente os condenados ao terror e
pretendeu possuir, num beijo roçado
nos átrios do templo de Poseidon,
as filhas do Império que estouravam num odor fétido a
sexo e alimentação.
Baco escorropichava corrimentos femininos dos
copos da bestialidade ibérica e
soltava ejaculações alcoólicas de touro enraivecido.
Num Inverno primaveril de flores murchas
os deuses caíram esquálidos no
beco tétrico das avenidas de Pompeia e,
orando sonolenta, Vénus possuiu as
filhas do lesbianismo ministerial.
Era Júpiter que ria sentado no
trono invertido das nacionalidades orientais
da península dos alarves.
Um vulcão de terra prometida rodeou os espaços,
as facas voaram numa dança macabra de
terror infinito e
Pompeia adormeceu num sono profundo de
metabolismos eternos.

O fim do "Thriller" e a morte da "Pantera"

Originally posted 2018-03-17 10:58:56.

Neste momento em que soube do falecimento de MICHAEL JACKSON e que vos escrevo, estou a ouvir um disco dos KNUT, um grupo da área do hardcore. Sou um amante do ruído organizado, se não lhe quiserem, por pretensiosismo, chamar “música”, mas não só. Sou, acima de tudo, um melómano. Pela hi-fi cá de casa e também do emprego, passa o punk rock, o hard rock, o heavy metal, o doom metal, o hardcore, o jazz, a fusão, a música clássica, a pop, o disco sound, a guitarra portuguesa, etc, etc, etc.
Considero-me, pois, acima de qualquer suspeita, clubismo ou radicalismo musical. Não digo que isto ou aquilo não presta ou não tem qualidade. São como se sabe conceitos em que a subjectividade é preponderante. Qual o padrão da qualidade musical? Não sei, nem quero saber, e se alguém disser que sabe, ainda que doutorado na matéria, está a mentir…
Não sou, nem pouco mais ou menos, fã de MICHAEL JACKSON, apesar de ter namorado muito ao seu som e percorrido as pista de dança ao toque de Thriller, cujo LP a que dá nome é o mais vendido de sempre, repito, de sempre, da música popular (para abranger tudo ou quase), tendo vendido, até 2006, a módica soma de 104 milhões de exemplares e que tem participações tão variadas como de PAUL MCCARTNEY e EDDIE VAN HALEN.
Foi, pois, com algum pesar que soube da morte do artista. A música popular fica mais pobre. JACKSON foi, na minha modesta opinião, durante grande parte da sua vida, uma alma perdida, insatisfeita, e mais tarde, caricata e demente.
O estrelato catapultou-o para o pântano lamacento da inveja, da hipocrisia, da falsidade e da dissimulação. Raras são as estrelas que dali saem com vida…
Quanto ao resto, do que o acusaram e não acusaram, tudo isso são histórias.
R.I.P.

Já agora que estamos numa de necrologia, um último adeus a FARRAH FAWCETT, que faleceu hoje, vitima de cancro, com 62 anos e a quem uma foto dos anos 70 valeu o titulo de “Pantera”
R.I.P.

O futuro é sombrio

Originally posted 2018-03-13 09:54:18.

O Triunfo da Morte - Pieter Brueghel o VelhoHaverá tempos conturbados no futuro. Tempos em que só restarão resquícios daquilo que outrora foi um planeta habitado, verde e azul. Um tempo em que todos os homens perceberão que, efectivamente, o dinheiro não se come, nem mata a sede. Em que os homens quererão voltar atrás, regressar ao passado. Contudo, o tempo será de regressar ao futuro, um futuro frio e desumanizado. Um futuro em que apenas as bestas têm lugar. Um lugar de morte, primitivo, irónico “regresso ao passado” longínquo de uma humanidade que dava os primeiros passos, só que desta feita sem a mãe terra para a acolher. Restarão cinzas e os demónios de cada um atormentar-nos-ão diariamente, forçando o pensamento a indagar a memória dos erros cometidos e da displicência com que tratámos a nossa casa, a casa de toda a vida terrena.
A ceifeira da morte cortará rente os vestígios de vida que existirem e não restará uma alma que seja para inumar os restos mortais do mais terrível predador: o Homem.