Originally posted 2018-07-19 17:26:00.
Portugal e a Galiza estão ligados por factores culturais, geopolíticos e económicos. “Galegos e portugueses fazem parte da mesma nação cultural, até ao ponto de que um estudioso do facto nacional na Europa ocidental, como o italiano Salvi, autor de “Le nazioni proibite”, estima que a Galiza é uma das “false nazioni” da Europa. Para Salvi, Galiza é uma falsa nação, porque não é uma das que ele chama nazioni proibite, quer dizer, não é daquelas nações que não conseguiram constituir o próprio Estado nacional sobre alguma parte do seu território, pois a nação galego-portuguesa, na sua prolongação portuguesa, sim conseguiu dar-se um Estado, embora parte do seu território inicial (o território da actual Galiza) faça parte do Estado espanhol e, portanto, sem Estado próprio”. Xavier Vilhar Trilho
Talvez, a sul do Douro, esta questão não se equacione sequer, convencidos ou ignorantes, que somos das nossas raízes históricas e dos laços que nos unem com o povo a norte do Minho. Tão esquecidos que admitimos serenamente, tal qual um rebanho obediente às ordens do pastor ou aos avanços do canito sentinela, que traçam o caminho que as ovelhas dóceis devem seguir, sem pensar, sem indagar, que nos conformamos com as incursões espanholas de que paulatinamente vamos sendo alvo, prestes a tornar-nos uma colónia castelhana. No entanto, o Norte do país tem investido e tornado efectiva a ligação entre os dois territórios, nomeadamente através de colaborações conjuntas nas áreas cultural e científica.
“Nós, os portugueses, podemos dizer que, da Galiza, o seu cerne, a sua essência, está em Portugal, e que não temos medo de chamar Galiza a todo o Norte do nosso País, que as coisas são como são, por muito que pese aos espanhóis.” José Chão Lamas
Os portugueses em geral, são uma massa amorfa que permite tudo a todos, designadamente, aos seus governantes, por mais que lhe aumentem os impostos, ou diminuam as garantias e até atropelem direitos constitucionais. Não é de admirar que além de permitirem, com subserviência até, as investidas espanholas na área do comércio, com resultados desastrosos para o comércio genuinamente português, não se interessem em saber que ligações existiram, existem ou poderão existir entre Portugal e Galiza.
Mas, “nós, os portugueses, os que nos fazemos perguntas acerca destas coisas (só quem fizer as perguntas dará com as respostas; em saber perguntar, pesquisar, está o segredo da sabedoria e do conhecimento), pensamos que a Galiza é uma região espanhola que vêm caindo por cima de Portugal e na qual as pessoas falam um linguajar deturpado e feio como um espanhol com muitas palavras portuguesas, e onde as pessoas do povo entendem os portugueses e não têm essa atitude anti-portuguesa que se dá nos espanhóis quando o homem (ou mulher) português não é um iberista. Mas isso não é a Galiza, é somente uma parte da Galiza. A Galiza é na realidade grande parte de Portugal, de Santarém para cima, é aí que chegava o velho reino da Galiza. Haverá por acaso algo mais galego do que Braga, capital da Galiza romana, do reino suevo, da Igreja da Galiza? Lugo e Santiago sempre agiram por delegação do “verum caput” Braga, durante doze séculos a cabeça, e que por isso mesmo é ainda a cidade primaz de Portugal.” José Chão Lamas
A história diz-nos que “… ao emancipar-se a Galiza bracarense do império espanhol, aquela Galiza sueva tam altiva como compacta antes da Reconquista e despois da Reconquista, ficava, por dizê-lo assim, dividida por metade. Ou a Galiza lucense devia seguir a sorte da bracarense, ou impedi-lo a todo o transe, pois ficando afecta à monarquia espanhola, sobre ficar incompleta, ficava excêntrica, fora do seu assento moral e dos seus interesses de raça. De tolerar-se a separaçom do reino de Portugal, reino nascido e formado na Galiza bracarense, devemos ser portugueses antes que espanhóis, porque a emancipaçom da Galiza bracarense da Coroa de Leom e Castela significava o triunfo perfeito da nobreza sueva sobre a nobreza goda…” Bento Vicetto
Também na área da música popular, os músicos têm veículado a união existente entre Portugal e Galiza, reivindicando e fortalecendo as ligações entre os dois povos. São frequentes as referências a Portugal, à sua cultura e aos pontos de contacto entre as duas (?) culturas. Os Resentidos, Siniestro Total e, mais recentemente, A Banda de Poi, são exemplos desse sentir.
Hoje fica aqui um tema do primeiro disco d’ A Banda de Poi, que pela primeira vi em Vilar de Mouros. Nos Links (148) podem encontrar links à banda e à problemática “Galiza e Portugal, uma só nação!”.
Para que se entenda melhor o tema que podem ouvir, fica aqui a letra, para cantarolarem:
kommies
Ao capitám jó pirata leçeiro
Tentou subornalo o “big boss” petroleiro
Pagarei-te bem se es um bom corsário
Se nom tens escrúpulos se és um bom mercenário
Kommies kommies kommies kommies
Som uma ameaça os kommies comunistas
Acaba con eles anti-sionistas
Som o eixo do mal o grande satán
A sua cor é vermelha moran no indostám
Kommies kommies kommies kommies
O nosso problema e o kommie teimoso
Nom quer entender o nosso negócio
Chegar a um país matar e vencer
Vender o armamento e ficar có poder
Kommies kommies kommies kommies
O che e o alhende
Os inoçentes do 36
Na galiza alexandre e daniel
Em portugal no tarrafal
Jesús e ghandi
E o povo unido adiante
Kommies kommies kommies kommies
O nosso sistema tém grandes ventajas
Sacamos o ouro ficamos coas gajas
O “neo-kommie” consume filmes hamburguesas
Garrafas de cola bombas japonesas
Kommies kommies kommies kommies
E muito importante que o kommie comprenda
Que é um terrorista se defende a terra
Preciso é ensinar ao kommie a pensar
A moda texana no nossos “think-tanks”
Kommies kommies kommies kommies
Liberdade!