FU MANCHU: sinais de poder infinito!

Em 2007 os FU MANCHU estiverem no Paradise Garage para trazerem a Lisboa, a apresentação ao vivo do seu, à altura, último registo “We Must Obey”! Sensivelmente 3 anos depois, regressaram a Portugal para apresentar “Signs Of Infinite Power”, desta feita no Santiago Alquimista, com o aquecimento a cargo dos portugueses MISS LAVA, já com uma excelente reputação no mercado “Stoner” e um vídeo muito interessante, do tema Black Rainbow, incluído no seu “Blues For The Dangerous Miles” de 2009, ano aliás do lançamento de “Sings Of Infinite Power”.

FU MANCHU

Rock’n’roll free your soul!

Originally posted 2015-02-04 00:16:55.

“We Must Obey”

No próximo dia 26 de Abril, o dia seguinte ao do aniversário da libertação da opressão salazarista e se me mantiver vivo até lá, como tenciono, estarei no Paradise Garage com o “JM” para ver os Fu Manchu. Já que, imperdoavelmente, falhei o concerto dos Orange Goblin, é imperioso que assista de perto, primeira linha já se vê, mesmo no centro do mosh, à performance dos sucessores do maléfico génio chinês.
Hoje foi dia de dois em um: aquisição deste bilhete e do último registo dos moços da Califórnia, “We Must Obey”. Obedecer ao Rock’n’Roll é preciso, nestes tempos conturbados em que nós próprios elegemos mentecaptos para governarem o nosso destino, porque demasiado atarefados em assistir à cerimónia dos óscares, à novela não-sei-quantas e até às baboseiras do Alberto João.
Pois eu digo: “rock’n’roll free your soul!”
Ok, já sei, estou, dirão alguns eruditos, a falar de música sem qualidade, o que quer que isto seja, de uma arte menor. E vêm logo em minha defesa uns quantos seres proprietários de profundos complexos de inferioridade, dizendo que não, que o rock também é e que sim que até há o Frank Zappa e o Mike Oldfield e outros que tais. Que não é só Status Quo, que os eruditos rotularão de música quadrada, que aqueles também têm muita qualidade. Lá diz a outra que “qualidade é um conceito subjectivo que está relacionado directamente às percepções de cada indivíduo. Diversos factores como cultura, modelos mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam directamente nesta definição.”
Assim sendo, tudo terá qualidade,FU MANCHU só que é a qualidade de cada um. Repugna-me ter que ir buscar o Zappa para dizer que o rock’n’roll também tem bons músicos e bons executantes, não porque não goste do defunto, mas apenas porque não tenho de o fazer para justificar o quer que seja, muito menos o que ouço. E ao fazê-lo estaria a atribuir ao rock’n’roll uma inferioridade endémica, quando comparado com outros géneros musicais, como o clássico ou o jazz. Algo que não admito, ponto final. Nem admito a prevalência de certos modelos culturais ou percepcionais, sobre aqueles que são os meus. Isso é algo em que não estou interessado, pela simples razão de que nasci igual a todos os outros (bem, com um membro maior, é certo). E, regra geral não estou interessado em muito mais do que três acordes. Como diz o Lou Reed, “se tem mais do que três acordes é jazz” e isso, meus amigos, não interessa, salvo quando estamos dispostos a ouvi-lo, como aliás, faço muitas vezes. Não por ser um género que alguém facilmente apelidaria de maior dentro do panorama da música popular, mas porque por vezes gosto de variar os actores, a estrutura da trama e os cenários onde ela se desenvolve. E aí está a minha riqueza: ter ouvido atento e inconcluso aos vários enredos que o ser humano é capaz de desenvolver, dar-lhes textura, cor e som, pois claro.

Não se deixem prender.
Rock’n’roll free your soul