O fim do "Thriller" e a morte da "Pantera"

Originally posted 2018-03-17 10:58:56.

Neste momento em que soube do falecimento de MICHAEL JACKSON e que vos escrevo, estou a ouvir um disco dos KNUT, um grupo da área do hardcore. Sou um amante do ruído organizado, se não lhe quiserem, por pretensiosismo, chamar “música”, mas não só. Sou, acima de tudo, um melómano. Pela hi-fi cá de casa e também do emprego, passa o punk rock, o hard rock, o heavy metal, o doom metal, o hardcore, o jazz, a fusão, a música clássica, a pop, o disco sound, a guitarra portuguesa, etc, etc, etc.
Considero-me, pois, acima de qualquer suspeita, clubismo ou radicalismo musical. Não digo que isto ou aquilo não presta ou não tem qualidade. São como se sabe conceitos em que a subjectividade é preponderante. Qual o padrão da qualidade musical? Não sei, nem quero saber, e se alguém disser que sabe, ainda que doutorado na matéria, está a mentir…
Não sou, nem pouco mais ou menos, fã de MICHAEL JACKSON, apesar de ter namorado muito ao seu som e percorrido as pista de dança ao toque de Thriller, cujo LP a que dá nome é o mais vendido de sempre, repito, de sempre, da música popular (para abranger tudo ou quase), tendo vendido, até 2006, a módica soma de 104 milhões de exemplares e que tem participações tão variadas como de PAUL MCCARTNEY e EDDIE VAN HALEN.
Foi, pois, com algum pesar que soube da morte do artista. A música popular fica mais pobre. JACKSON foi, na minha modesta opinião, durante grande parte da sua vida, uma alma perdida, insatisfeita, e mais tarde, caricata e demente.
O estrelato catapultou-o para o pântano lamacento da inveja, da hipocrisia, da falsidade e da dissimulação. Raras são as estrelas que dali saem com vida…
Quanto ao resto, do que o acusaram e não acusaram, tudo isso são histórias.
R.I.P.

Já agora que estamos numa de necrologia, um último adeus a FARRAH FAWCETT, que faleceu hoje, vitima de cancro, com 62 anos e a quem uma foto dos anos 70 valeu o titulo de “Pantera”
R.I.P.

3 thoughts on “O fim do "Thriller" e a morte da "Pantera"

  1. Pois… como tuda na vida tudo tem um principio e um fim, o dele foi agora, e o nosso quando será?
    será que iremos ser badalados como ele? tenho a certeza que não. como dizes a musica fica mais pobre, mas a vida é assim, como diz o meu amigo ” Avida são as férias que a morte nos concede” as férias dele terminaram.
    O preço foi alto, agora quee descanse em Paz
    um abraço jufaria

  2. Salvé, amigo Arlindo!
    Não sendo tão abrangente como tu, ainda assim, como a idade me atenuou radicalismos estético-conceptuais – ou, talvez, melhor dizendo, limou preconceitos próprios dos excessos das paixões juvenis – no presente reconheço e aprecio o que seja bem feito, independentemente do tipo de sonoridade praticada. Mas, para além disso, temos depois o muito restrito grupo daqueles especialmente privilegiados, a quem os deuses (ou Deus) amam…Jackson foi um desses poucos eleitos.
    E, como é também a regra, pagou por isso um alto preço.
    Lá, onde esteja agora, pode unir-se ao melhor agrupamento musical de todos os tempos, o da eternidade (com Mozart, Beethoven, Wagner, Bach, Vivalde, Verdi, Puccini, Berlioz, Paganini, Lennon, Harrison, Mercury, Joplin, Hendrix, Morrison, Lynott, Redding, Presley, Brown, Moon, Bonham, Vaughan, Collins, Waters, Entwistle, Kossoff, Pappalardi, Powell, Healey, Regina, Pastorius, Marsalis, Fitzgerald, Simone, Reinhart, Sinatra, Pavarotti, Caruso, Callas,Zeca Afonso, Paredes, Amalia, Variações, etc, etc, etc).

    Uma palavra saudosa também para a bela Fawcett, que sempre ficará registada na minha memória do despertar da adolescência…

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