O amor por entre os dedos

Originally posted 2015-02-04 00:18:00.

O amor por entre os dedosQuis o destino que um dia eu e o António nos cruzássemos, enquanto profissionais de uma forma ou de outra interessados no estudo dos fenómenos (e alguns bem raros e estranhos) que proliferam na nossa administração pública, autárquica incluída.
Num desses encontros o António teve a gentileza de me oferecer um dos seus livros: “Até acabar com o Diabo”. Enquanto jovem adolescente (pré-adolescente, como agora se diz) lia com entusiasmo as obras de Alves Redol e de Gabriel Garcia Marquez, que me transportavam para mundos que eu conhecia, realidades com que me identificava. Quando, curioso de saber se aquele jovem escritor tinha ou não queda para a coisa, iniciei a leitura de “Até acabar com o Diabo”, depressa me vieram à ideia aqueles autores. Os ambientes, as personagens, os acontecimentos, estava lá tudo. Eu conhecia-os sem nunca os ter visto e sabia que só quem os conheceu podia assim falar deles. Desde essa altura que leio o António com a assiduidade que a minha vida profissional e os meus hobbys permitem.
O mais recente livro do António, “O amor por entre os dedos”, que finalmente acabei de ler, reúne um conjunto de contos outrora enviados via e-mail aos subscritores do seu site (que, apesar de ainda estar no ar, está desactualizado e no Livro de Visitas conta já com a habitual invasão de mensagens de sites terceiros anunciando viagra para quem quiser e puder) e revelam a mestria com que escreve sobre o mundo que o rodeia, com toques de surreal e non-sense.

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