GAZUA Contracultura

Originally posted 2018-11-09 04:07:52.

GAZUA lançam Contracultura no São Jorge

No dia 18, sexta-feira, os GAZUA apresentaram no São Jorge, em Lisboa, o seu terceiro longa duração, “Contracultura”. Novas canções, a mesma atitude.
Os GAZUA são actualmente uma das melhores bandas rock portuguesas por várias razões: desde logo porque, não sendo claramente originais no som que produzem, são sem dúvida excelentes instrumentistas e fazem o que devem (o som que escolheram) com bons resultados. Em linguagem de gestão diria que são eficientes e eficazes. Não há nada apontar à estrutura dos temas: são o que são, bem urdidos, ritmo que abala o corpo.
Mas os GAZUA têm algo mais, que pretende abalar a mente. Algo que muitas bandas esqueceram e só é característica de compositores que têm uma clara consciência social e fazem da canção o seu grito de revolta numa sociedade que acreditam estar doente, expondo as suas deficiências, os seus vícios as suas injustiças, advogando outra forma de estar e cuidar do Homem. Os GAZUA querem e vão para além da banda que se movimenta no mundo do rock apenas pela fama e pela glória. Pretendem ser eles próprios agentes de mudança.
O concerto de sexta-feira foi mais um exemplo disso e às canções, se quiserem de intervenção (creio que o ZECA está em muitas delas), acrescentaram a performance “33-Crucificação Acção” realizada pela Andrea Inocêncio que encarnou o grito de mudança de todos os que estavam presentes na sala e quiseram e puderam nele escrever a sua própria mensagem de revolta, a mudança que queriam ver!
O terceiro GAZUA não se chama “Contracultura” por mero acaso, ou porque é “fashion” ou fica bem ser do contra.
É necessário recordar que Contracultura foi um movimento que teve o seu auge na “década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do quotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político.” (Wikipédia)
É disso que é feita a música dos GAZUA. Pelo menos é como eu vejo a coisa.
As fotos do concerto são a preto e branco. Além das razões de estética que poderia invocar, estou solidário com os GAZUA e vejo a sociedade em que vivo com muito pouca cor. Vejo tudo a negro e algum branco.

3 thoughts on “GAZUA Contracultura

  1. Antes de mais, parabéns pelo teu trabalho, simplesmente genial. Relativamente aos GAZUA, concordo plenamente com as tuas palavras. Na minha opinião são mesmo a melhor banda a tocar, escrever, e a dar sentido à música em Portugal. Estão ambos de parabéns (Arlindo e GAZUA), pelo vosso trabalho. Continuem com essa postura da vida. A vida assim faz sentido. Aquele Abraço.

    Flávio

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