Originally posted 2010-02-11 11:10:29.
MISS LAVA + FU MANCHU, Santiago Alquimista, 05/02/2010
Em 2007 os FU MANCHU estiverem no Paradise Garage para trazerem a Lisboa, a apresentação ao vivo do seu, à altura, último registo “We Must Obey”! Sensivelmente 3 anos depois, regressaram a Portugal para apresentar “Signs Of Infinite Power”, desta feita no Santiago Alquimista, com o aquecimento a cargo dos portugueses MISS LAVA, já com uma excelente reputação no mercado “Stoner” e um vídeo muito interessante, do tema Black Rainbow, incluído no seu “Blues For The Dangerous Miles” de 2009, ano aliás do lançamento de “Sings Of Infinite Power”.
Se me pedirem para comparar os dois concertos dos FU, o de 2007 e o 2010, diria que este último levou vantagem e ganhou aos pontos ao “gig” de 2007.
Bom, mas comecemos pelo princípio, que é sempre um bom início!
Dia 5 de Fevereiro, sexta-feira, estava algo curioso sobre a prestação dos FU. Não tanto dos MISS LAVA, precisamente porque sendo um fã incondicional dos FU MANCHU, em 2007 fiquei algo desapontado com o concerto. Para isso terá contribuído a não menos do que estrondosa e arrasadora actuação dos VALIENT THORR, em fase de aquecimento para os FU MANCHU. 2007 soube-me a pouco, como na canção do Sérgio Godinho…
Não tinha a mínima dúvida de que os MISS LAVA iam “dar o litro” na primeira parte do espectáculo de sexta-feira. Estava prometido pelo João aka “Johnny Lee” e do que já vi e ouvi dos MISS LAVA, sabia (há coisas que eu adivinho, salvo lotarias e assim) que assim ia ser. E foi! Num palco exíguo para uma banda de, chamemos-lhe, Rock’n’Roll ou Stoner Rock, dar largas à sua presença em palco e aos riffs cadenciados do seu som, os MISS LAVA estiveram bem à altura do acontecimento e são uma excelente aposta na área do Stoner Rock feito cá pelo burgo, que almeja ir mais além no sempre sobrelotado mercado internacional e no minúsculo comércio pátrio. Têm uma legião de seguidores que ao longo dos curtos 40 minutos de actuação, “Johnny Lee” foi chamando para a frente do palco e que corresponderam com o entoar das letras das canções e o balancear dos corpos possuídos pelo peso das guitarras, ritmado pela bateria de J. Garcia. Nota positivíssima, isto à laia de Marcelo Rebelo de Sousa, para os MISS, cuja LAVA colocou em brasa as hostes que aguardavam pelos californianos FU MANCHU.
Intervalo para recompor o cenário e o palco e entra em cena Scott Hill e os seus companheiros de jornada (Bob Balch, Brad Davis, Scott Reeder), para iniciarem aquele que, a meu modesto ver, deverá contar-se entre os melhores concertos de 2010. É verdade que estamos ainda no inicio do ano, mas mesmo assim…
Pela mão da Everything is New, os FU MANCHU apresentaram-se na sua melhor forma. Para mim a sua melhor forma é a superior forma de qualquer banda da área Stoner Rock que se preze: não há cedências, não há variantes, não há tréguas! O som é uma muralha impenetrável de guitarras e bateria, que se abate sobre nós dilacerando entranhas, compelindo o peito a bater mais rápido do que o coração, fazendo-nos levitar numa nuvem densa de decibéis. No caso dos FU, são sinais de poder infinito! Infinito porque não se prevê quando termine este destilar de riffs elevados a “n”, que desde 1990 nos lança em cenas velozes de carros turbinados dos anos 70 ou mitos sobre óvnis e “skate rides”.
No Santiago Alquimista a banda desfiou um rosário de “malhas” que abarcaram quase toda a sua carreira. Não me recordo de todas, porque este vosso escriba também estava para fotografar. Mas posso, assim ao correr da pena e enquanto ouço “Signs Of Infinite Power”, enunciar sem qualquer ordem lógica: “Eatin Dust”, “Hung Out to Dry”, “El Busta”, “Module Overload”, “Mongoose”, “Hell on Wheels”, “King of The Road”, “Boogie Van”, “California Crossing”, entre outros, para terminarem com a apoteótica cover de “Godzilla”, dos míticos Blue Öyster Cult.
A interacção entre o público e a banda foram excepcionais com Scott Hill a “furar” as regras estabelecidas pela segurança e a convidar o público a colocar-se no estrado em frente do palco, ficando uns e outros cara a cara, como que numa comunhão de preces em nome do Rock’n’Roll.
De facto houve muito mais para ver e ouvir do que para contar! Por isso fico por aqui, ficando a certeza de que os FU MANCHU não só continuam a rolar, como a queimar borracha: sinais de poder infinito!
DISCOGRAFIA FU MANCHU:
Álbuns
* If This Isn’t a Dream… (1989) (a banda ainda se chamava Virulence)
* No One Rides for Free (1994)
* Daredevil (1995)
* In Search Of… (1996)
* The Action is Go (1997)
* Return to Earth 91-93 (1998)
* Eatin’ Dust (1999)
* King of the Road (1999/2000)
* California Crossing (2002)
* Go for it… Live! (2003)
* Start the Machine (2004)
* We Must Obey (2007)
* Signs Of Infinite Power (2009)
#Fonte hardheavy.com Live Report
Texto e Fotos: Arlindo Pinto
Pois é!!! Adoro o cantar das guitarras!!! Só tenho uma palavra para definir o concerto dos Fu Manchu, ao qual assisti : ESPECTACULAR!!!!