Entardecer

Originally posted 2018-01-23 13:52:05.

 

A hora em que o céu e a terra se confundem!

No Line On The HorizonJá todos sabemos que o pôr-do-sol é, em certos locais muito belo. Está-lhe associado um certo romantismo. No entanto, as fotos que hoje vos dou a conhecer não têm nada que ver com isso, ou melhor, quando as captei, não tinha em mente essa ideia, mas tão só a da composição plástica das cores e dos tons de que o céu a uma certa hora da tarde se veste. Aqueles que conhecem a minha fotografia, ou aquela que me dá mais gozo fazer, sabem que os motivos são de certa forma pouco importantes e que, fundamentalmente pretendo um quadro abstracto pintado à máquina, ao invés do realismo que as cenas revestem.
O ano passado o Instituto Português de Meteorologia lançou um concurso subordinado ao tema “Nuvens e outros fenómenos meteorológicos”, ou qualquer coisa do género. Não concorri. Em regra não o faço. Não concorro. Não porque tenha receio da concorrência, mas tão só porque desconfio dos concursos! Manias! Acabei, contudo, por fazer umas fotos pensando no mesmo.
Decorrido um ano tive tempo de me sentar e olhar para essas fotografias e gostei do que vi: uma mescla de tonalidades amarelas, azuis e pretas. O preto da terra, que por vezes se confunde, com o céu. O sol que definha anunciando o fim do dia e o azul que perdura noite dentro. Manchas de cor. É tudo. Mas de que outra forma posso eu ver essas manchas senão através da mina companheira semi-profissional da Nikon? Da Mesma forma que o pintor abstraccionista vê o resultado da sua imaginação corporizar-se na tela, através dou benquisto pincel.
Eu quero sempre ver o que não é visível. O visível está gasto e aborrece-me. Prefiro o sentimento egoísta de que só eu vejo o imperceptível. Contudo, acabo quase sempre por partilhar convosco o resultado dessas visões, dessa magia de que só a máquina fotográfica é capaz.
É assim, hoje pelo menos!

5 thoughts on “Entardecer

  1. O esplendor do sol que se recolhe de mansinho, tocando a Terra e impregnando-a com os seus derradeiros raios, os mais vibrantes e sensuais. Como uma promessa de amor perene, de um encontro sempre renovado. E nessa luz difusa de tonalidades quentes, o Sol solta seu beijo de despedida no horizonte.
    Adorei as fotos. Beijo.

  2. Engraçado, olho para as fotografias, principalmente a primeira e imagino-me a deambular pelo deserto do Saara…é inevitável, tranzendo-me simultaneamente uma incrivel sensação de liberdade. Aprecio imenso as fotografias do pôr do sol, precisamente pela mescla de cores, sensações e emoções que elas transmitem.
    Obrigada pela partilha.
    Beijo

  3. Feliz? sim tu e a tua Nikon, são os que mais se entendem, falam sós, cantam, riem e no fim, fica feliz e torna-nos a nós felizes com o seu belo trabalho. Que essa felicidade Arlindo nunca acabe, pois também com nós acaba, a alegria de olhar para tanta foto linda, adoro o por do sol e o mar fazem uma bela combinação, parabéns.
    bjs
    juFaria

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