De Capitão a Major, numa noite!

Originally posted 2015-02-04 00:13:03.

CAPITÃO FANTASMA + THE LEVITIES + THE RACOONS

arlindo-pinto-capitao-fantasmaNo passado dia 14 de Novembro, no Man’s Ruin, em Cacilhas, foi dia de PUNKABILLY (sim inventei agora mesmo este termo). Mas, citando Brian Stezer, ex-STRAY CATS, há muito tempo a solo com a sua orquestra (desde 1992) que encanta os “japs” e mistura rock ‘n’ roll, jump blues, rockabilly e swing:

“There’s neo rockabilly
there’s pysco-rockabilly
there’s starbucks orange country rockabilly
there’s euro-ja-ja-wir-machen-rockin rockabilly
influenced rockabilly
there’s australian-shrimp-on-the-barbie-carry-your-surfboard-to-sears-to-buy-your-rolled-up-levi’s rockabilly
there’s rock-a-johnny rocka-a-sally rock-a-hillbilly
its all so stupid and its just plain silly”

Portanto, eu posso dizer que a noite era de PUNKABILLY (é mesmo só mais uma etiqueta), uma vez que alguns misturam tudo para dar à sopa um saber agradável. A noite era dos THE CREEPSHOW, que por razões que se ignoram, no dia do espectáculo não se dignaram a pisar o palco do MAN’S RUIN e deram às de Vila Diogo onde quer que estivessem para lugar incerto… À pressa lá teve o Emanuel que ir buscar uns rapazes que até se portaram bem. Disseram que tocavam Punk e que se chamavam THE LEVITIES, e é tudo verdade, palavra de escuteiro, apesar de eu achar que deviam ter um elemento só dedicado às vozes, muito mais maluco que o guitarrista que faz o serviço. Sempre dava outro movimento à coisa. Têm uma guitarrista, o que é engraçado, mas à excepção do baixista, todos se mexem pouquinho, apesar de soarem bem. Pronto já disse: arranjem um vocalista e mexam-se em palco, porque o resto já têm!

Contudo, a noite começou, com THE RACOONS, outra banda nacional que, por sinal, tem nome idêntico a outra do Canadá e tem um som baseado no Blues/Rock e são fãs de ELVIS e THE RAMONES. Por mim está bem, apesar de achar que ainda não comeram muito pão duro e que, por isso, soaram um pouco moles! Contudo, tiveram ainda “the balls” para entoarem: R.A.M.O.N.E.S., dos nossos amigos MOTORHEAD (Lemmy is God!”) com micro a +/- 30 graus e tudo!

A noite acabou, como não devia, mas acabou muito bem. Não estavam os THE CREEPSHOW, pelo que coube aos CAPITÃO FANTASMA encerrar a noite com uma lista de hits do Rockabilly nacional, desde, King Machado, até Lisboa em Chamas, passando por Cruela e tudo o mais que a malta adora ouvir e cantar, empurrando-se sofregamente junto ao palco. Os CAPITÃO deviam ter sido promovidos nessa noite a MAJORES, pelo menos. Deram um espectáculo e tanto… muito bom mesmo. Todos se divertiram, dançando, bebendo, e alguns quase que se esmurrando. Daí a merecida promoção. Não consta que os tivessem promovido. Mas, com os poderes de que me encontro investido neste momento, 2:34 da manhã do Domingo, em que vou fotografar mais uma edição da MARCH OF METAL FEST, promovo os CAPITÃO FANTASMA a MAJOR FANTASMA.
E, por agora é tudo, que eu não tempo para estas cenas!
Vão mas é ler livros e assim…

De Capitão a Major, numa noite!

6 thoughts on “De Capitão a Major, numa noite!

  1. Ahhhh! assim está bem, a luta foi boa, mas é necessario realmente haver este tipo de comentários, para vermos que não estamos mortos e para não cairmos na momotomia.
    Parabens Bruno pelo debate, quanto a ti Arlindo, gostei vejo que além de tudo tambem gostas de luta, sim este é o Arlindo que conheci
    beijos
    Jufaria

  2. Caro Bruno:
    Espero que voltemos a encontrar-nos “on the road” e tenhamos tempo para conversar um pouco sobre estes assuntos.
    Com uma cerveja à frente tudo se torna mais interessante.
    Um abraço!
    AP

  3. Sr. Arlindo,

    concordo consigo. Discussão é essencial. Sim, temos gostos em comum: Iggy Pop, Husker Du..quanto aos PIL já não, mas são opiniões. Aí está, opiniões. Cada um tem a sua. Não vamos ter um elemento “extra”. Você pode achar que precisamos de um vocalista, outro pode achar que precisamos de um saxofone, quem sabe? Tem todo o direito à sua opinião. Não levei o seu comentário demasiado “a peito”, pelo contrário. O facto de existirem “sítios” destes dá-nos a oportunidade de comentar, de dar a nossa visão quando não concordamos com algo que foi escrito. Lá está, são opiniões, são discutíveis, mas não leva a nada. Não vamos entrar em “troca de galhardetes”, seria parvo, não está na minha natureza. Apenas manifestei o meu descontentamento. “Punk” é um termo vago, cada vez mais. A atitude pode estar presente em tantas outras coisas mais, que apenas pulos em palco ou algo do género. A atitude varia, consoante o que o público pede. “Punk” pode ser apenas um rótulo para dar algum “selo de garantia” às bandas, ou pode ser algo de mais intenso, uma filosofia em que se acredita, relacionada com liberdade musical. Serão os Husker Du “Punk”?. Há quem diga que sim, há quem diga que não. Anunciámo-nos como tal, e penso que bem, mas a atitude “Punk” nem sempre é a mesma. Por vezes mais ligada à tal liberdade musical, outras vezes a cristas, ou outras formas…(e respeito muito quem assim leva o “punk”)depende de cada um, daquilo em que cada um acredita. Acredite que sigo o Iggy, em muitas coisas, talvez não nas mais óbvias, mas é alguém que ouço desde muito tenra idade. Se devia segui-lo mais..não sei. Imitação, lugares comuns, está o mundo cheio. Quanto às fotografias gostei muito, assim como o resto da banda. Acabando aqui com um tom de conversa mais amigável, posso dizer-lhe que leio bastante, e que muita coisa para mim é interessante. Ler o seu comentário também o foi, podendo trazer algo de novo para a minha perspectiva sobre a música em geral. Sim, a vida é demasiado curta para coisas assim. Cumprimentos, um abraço,
    Bruno.

  4. Caro Bruno!
    Antes mais um grande obrigado pelo seu comentário! É disto que o mundo precisa: discussão, para que haja luz!
    Não sou critico musical. Ouço musica há muitos, mesmo muitos anos, desde o clássico ao punk, ou “whatever may you call it!”
    “As opiniões são como as vaginas, cada mulher tem a sua!” Eu tenho a minha (opinião, bem entendido, vaginas peço emprestadas). Gostei do som, mas para banda “punk” como se anunciaram, faltou-lhe a atitude. Viu o concerto de “EXPLOITED” no Man’s Ruin? Ora aí está! A música popular, se quiser chamar-lhe assim, para a distinguir da dita erudita, não vive só por si, sempre trouxe mais do que isso para envolver multidões e agarrá-las ao som, desde o movimento pélvico de Elvis até às maluqueiras dos Gogol Bordello! Mas olhe, que eu já assisti a concertos de James Newell Osterberg, Jr. aka Iggy Pop e tiveram tudo: a atitude e a música. Se o segue, devia segui-lo mais…
    O amigo Bruno, tomou o meu texto demasiado a peito, demasiado pessoal! Não é disso que se trata: você é uma “coisa” (passe a expressão) e a banda é outra! Faz parte de uma equação que até funciona bem, mas a qual poderia ganhar com um elemento extra.
    Thats’ it!
    Quanto a ter tempo, tenho imenso. Mas não o suficiente para ser “manager” ou aconselhador de bandas. Deve haver quem o faça, pelo preço justo.
    O Bruno, não entendeu o final do meu texto. As cenas a que me reportava são as de escrever neste sitio e considerar que os meus leitores estariam melhor a ler livros interessantes, tal como no seu caso. Não tome tudo tão a sério. A vida é demasiado curta para isso. Olhe o caso do Darby Crash! Quanto ao John Lyndon e os PIL, nunca gostei deles! Por outro lado, adoro Husker Du!
    Está a ver que a gente até se dá bem!
    Continue a divertir-se com a sua música e os seus companheiros de banda e não ligue tanto ao que escrevem sobre si ou sobre ela, caso contrário a vida vai ser muito mais dificil.
    Olhe espero que tenha gostado das fotos, mas se não gostou pode sempre contratar alguém que as faça melhor!
    Estes são os meus principios, se não gosta deles… tenho outros!
    Um abraço.
    AP

  5. Sr.Arlindo,
    à porta do Man’s Ruin estava escrito “The Levities”, e não “Gogol Bordelo”. Não me parece sensato “criticar” qualquer prestação musical dando especial atenção ao “movimento” em palco, cada noite é diferente, cada sala é diferente, cada circunstância… Qualquer crítica é bem vinda, quando construtiva. “Arranjem um vocalista…” é demasiado opinativo, crítico apenas no que diz respeito ao julgar, “roçando” a maledicência, em suma, pouco “feliz”. É sempre perigoso generalizar. O Man’s Ruin não é o “American Idol” ou um “Chuva de Estrelas”. Não me falaram em júris. Até nos portámos bem, não portámos? Óptimo. Quando eu precisar de algum tipo de aconselhamento, ou quiçá de um Manager entrarei em contacto, mas não se avista no horizonte mais imediato. “O guitarrista que faz o serviço” pensa fazê-lo bem, e segue religiosamente o lema de alguém que admira bastante (seguindo-se sem qualquer tom pejorativo) “If you like it, great. If you don’t, fuck you!” – James Newell Osterberg, Jr. Não me conhece o suficiente para saber se sou ou não “maluco”, talvez seja. O palco dá-nos o espaço para a expressão, a oportunidade de o tornar o nosso “lugar”, à nossa maneira. Por vezes mais Bob Mould, por vezes mais Darby Crash…a liberdade é fundamental. Deve-se agir consoante o que se sente, não actuar, mas sim transparecer. O “resto” que temos, parece-me mais que suficiente. Não estão abertas as audições para um novo vocalista. É preciso “ver” mais e “ouvir” mais do que aquilo que nos aparecesse à frente numa qualquer ocasião. Já foi dito, e há que lembrar:

    “You never listen to a word that I said
    You only seen me
    For the clothes that I wear
    Or did the interest go so much deeper
    It must have been
    The colour of my hair”

    Quanto ao “menu” das bandas não sei, mas quanto a onde as vão buscar, não sei se está certo. É preciso ter tempo para estas cenas.
    post scriptum: Obrigado pelas fotografias.

    Cordialmente,
    Bruno (Levities).

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