Crossroads

Originally posted 2018-11-19 11:35:20.

Domingo, dia de chuva.
Pensei em recostar-me abovinado num maple e deixar o tempo correr, sem preocupações, sem leitura, sem nada, apenas o passar do tempo, com um ruído de fundo proveniente do televisor. Contudo, a estratégia gorou-se. Alguém se adiantou e ocupou a posição. Bati em retirada.
Reconstruí então o meu fim de tarde: pegar na guitarra “cuenca” e fazer umas escalas com o senhor professor mandara. E porque não fazê-lo com o ruído de fundo proveniente de um duplo dvd que acabara de adquirir, por me ter parecido interessante. Dito e feito. Coloquei o dvd na consola de jogos (todo o restante material estava ocupado) e aguardei, de pé, que desaparecesse a chatice total que são os genéricos, com aquela impossibilidadezinha irritante de avançar rapidamente para o que interessa.
Permaneci de pé, a ver no que aquilo dava. E dava. E continuava a dar. Esqueci a “cuenca” e pensei no cão de Pavlov. A única diferença era a de que, efectivamente, eu estava já a ser alimentado. Talvez a teoria não se aplique ao caso. Fosse como fosse, babava-me! Como podia não o fazer? Estava a assistir à actuação conjunta de tipos como Eric Clapton, Robert Cray, Buddy Guy, Hubert Sumlin e Jimmie Vaughan. Todos em simultâneo, no mesmo palco. E mais à frente J.J. Cale e Eric Clapton; James Taylor e Joe Walsh. E Steve Vai. Carlos Santana e Eric Clapton… e por aí adiante, sem esquecer incríveis guitarristas como Doyle Bramhall II, Jonny Lang e Eric Johnson (que aos catorze anos lançou um fabuloso registo, de que havemos de falar aqui).
A receita é simples: blues e fantásticos “guitar players”.
Depois de curado das drogas e do álcool, Clapton colocou de pé um concerto com o intuito de angariar fundos para tratar outros que tais, em Dallas, Texas. Eu já contribui.
Por ali fiquei com a promessa de rever a fita mais tarde e em melhores condições. Por falar nisso, quando alguém entrou na cozinha perguntou: – “ainda estás de pé?” É, ainda estava. Esquecera o tal sentar abovinado. Nada tinha corrido como planeado…
Mas, por todas as razões, valeu bem a pena! Bom, aparecem alguns ditos “cromos” para encher chouriços, é certo mas, seja como for, o dvd, duplo, vale quase todos os cêntimos que o mercado reclama pelo dito.

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